Como falar com meus filhos sobre pornografia?

Ao falar com seus filhos sobre pornografia na internet, se já forem adolescentes, a conversa deve ser clara e evite julgamentos morais

Pergunta de uma leitora:

“Tenho um casal de filhos, um menino na puberdade e uma menina já entrando na adolescência. Seria ingenuidade da minha parte pensar que eles não irão nesse momento acessar filmes pornôs na internet. Como conversar ou orientá-los nessa questão? Se puder me ajudar fico muiiiito agradecida!”

Resposta: De fato, o ambiente virtual amparado por meios de acesso ampliados pela internet propicia a popularização de conteúdo pornográfico, que deve acender sim o alerta para os pais dialogarem com seus filhos e suas filhas sobre o que eles(as) acessam virtualmente.

A adolescência é um período de transição entre a infância e a vida adulta, que coincide com o desenvolvimento físico que caracteriza a puberdade – fenômeno orgânico que envolve alterações físicas e hormonais de maturação do corpo.

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A adolescência é um período turbulento e a exposição a conteúdos de natureza pornográfica nessa fase de transformações e descobertas pode provocar distorções na percepção adolescente sobre comportamento sexual, crenças irrealistas em relação ao sexo e até traumas dependendo do conteúdo acessado.

A internet faz parte cada vez mais da vida das pessoas trazendo facilidade de acesso aos mais variados conteúdos de conhecimento, informação e entretenimento. E a conversa com os filhos pode partir dessa realidade já incorporada na vida das pessoas de todas as idades como estímulo para diálogos frequentes com os(as) filhos(as) sobre o que cada um gosta de consumir na internet, sobre influenciadores que gostam de seguir, sobre jogos virtuais que consomem, e assim por diante.

Como falar com meus filhos sobre pornografia?

Envolver os(as) filhos(as) em conversas que abrangem seus interesses gerais possibilita abrir espaço para discutir, e avaliar, com eles(as) qualquer tipo de conteúdo virtual, inclusive o pornográfico, amplamente difundido, que é produzido, teatralizado, editado e que não representa a experiência afetiva e sexual real que eles(as) poderão ter em suas vidas.

Com filhos(as) adolescentes a linguagem deve ser clara, envolvente e sem julgamentos morais, para facilitar a transição deles(as) para o mundo adulto.

Atenção!
Esta resposta não substitui uma consulta ou acompanhamento de uma psicóloga e não se caracteriza como sendo um atendimento.

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É Psicóloga Clínica, Terapeuta Sexual e de Casais no Instituto H.Ellis-SP; psicóloga no Ambulatório da Unidade de Medicina Sexual da Disciplina de Urologia da FMABC; Doutora em Ciências pela Faculdade de Medicina da Universidade de São Paulo; epecialista em Sexualidade pela Sociedade Brasileira de Sexualidade Humana – SBRASH; autora do livro “Mulher: produto com data de validade” (ED. O Nome da Rosa) Mais informações: www.instituto-h-ellis.com.br