por Jocelem Salgado
Quase que totalmente marginalizado pela grande atenção que é dada à obesidade hoje em dia, está o esforço de algumas pessoas para ganhar peso.
Embora pareça piada, já que vivemos numa época em que a maioria das pessoas quer emagrecer, um número considerável de pessoas vive constantemente lutando com o objetivo de adquirir alguns quilos a mais.
Os indivíduos com peso deficiente que se encaixam neste grupo são aqueles que estão com cerca de 15 a 20% ou mais, abaixo do padrão aceito de peso normal. Para saber se você se enquadra neste problema, calcule seu IMC (Índice de Massa Corporal); este índice é calculado dividindo seu peso pela sua altura multiplicada por ela mesma. Se o resultado for menor que 19, você pode se considerar um "magro excessivo", ou seja, uma pessoa com peso deficiente.
IMC * = peso/altura x altura
(* Esse índice não pode ser utilizado para crianças)
EX: Uma pessoa com 1.70 de altura com 65kg
Multiplica-se a altura: 1.70 X 1.70 = 2.89
Peso 65/2.89 = 22.4
IMC =22.4, portanto acima de 19
A magreza excessiva assim como a obesidade, está associada a várias doenças ligadas principalmente à subnutrição, como por exemplo uma susceptibilidade maior a lesões e infecções, e por isso, deve ser considerada como prioridade e tratada adequadamente.
Causas mais comuns da magreza
– Uma ingestão insuficiente em quantidade e qualidade de alimentos para atender as necessidades de atividade da pessoa.
– Excesso de atividade física (ex: atletas em treinamento intenso; crianças hiperativas)
– Doenças debilitantes (infecções crônicas ou doenças como o câncer, tuberculose, renais, hepáticas, etc);
– Distúrbios glandulares como o excesso de atividade da tireoide (hipertiroidismo) ou disfunção da pituitária
– Má absorção e má utilização do alimento consumido
– Estresse psicológico ou emocional
– Manifestações neuróticas acompanhadas de aversão à comida (anorexia nervosa).
Observando as principais causas de baixo peso, verifica-se que muitos casos de magreza excessiva se devem a desordens gerais da vida, como nos casos em que a pessoa tem hábitos alimentares errados ou come pouco quer seja por falta de fome ou devido à pobreza (falta de dinheiro para adquirir alimentos nutritivos) e casos em que há um excessivo gasto calórico produzido por excesso de atividade física, muitas vezes sem um propósito definido.
Mas observamos também causas mais preocupantes como é o caso de certos distúrbios e doenças que comprometem a saúde do indivíduo. Nesse caso, a recuperação do peso da pessoa é importante para que ela possa lutar contra a doença e resistir melhor aos tratamentos médicos necessários para sua reabilitação.
Por isso, inicialmente é muito importante avaliar a extensão e causa da deficiência de peso antes de começar um programa de tratamento. Isto porque uma doença debilitante ou problemas de má absorção requerem tratamento. Um histórico completo e exames médicos usualmente determinam a causa exata do peso deficiente.
Como ganhar peso
Qualquer que seja a causa, o baixo peso deve ser tratado com prioridade, isto porque um IMC menor que 19 está associado com maior risco de mortalidade, o qual aumenta à medida que o IMC diminui. A subnutrição pode levar a múltiplos distúrbios endócrinos, lesões e infecções, além de alguns problemas psicológicos.
Antes de se planejar um cardápio ou alimentação adequada para uma pessoa que precisa ganhar peso, inicialmente é preciso avaliar cuidadosamente o seu histórico alimentar. Essa avaliação irá revelar as inadequações nos hábitos alimentares e nas ingestões nutricionais.
As pessoas com deficiência de peso devem ser frequentemente encorajadas a comer, mesmo quando não tenham fome. Para isso, é importante estabelecer um número de seis refeições por dia que incluam alimentos apetitosos (o apetite por certos alimentos varia de pessoa para pessoa e por isso é importante conhecer os hábitos alimentares dela) e fáceis de preparar. Essas refeições deverão ser feitas em horários programados e de forma tranquila, visto que a tensão nervosa frequentemente contribui para a deficiência de peso em alguns indivíduos.
Para engordar o importante não é comer muito, mas comer calorias
A dieta deve ser rica em calorias. Para engordar, o importante não é comer muito, mas "comer calorias". Aliás, exigir que uma pessoa magra coma mais do que está habituada pode ser inútil; daí a necessidade de se fracionar as refeições, para que ela passe a comer em seis refeições o que ela deveria comer em três ou quatro normalmente.
Além das calorias necessárias para atender às necessidades energéticas totais do organismo, deve-se planejar uma suplementação de calorias adicionais (geralmente de 500 a 1000 calorias). Uma suplementação vitamínica e mineral pode também ser necessária, dependendo do estado nutricional da pessoa.
Para aumentar o consumo de calorias de uma pessoa com baixo peso é preciso as vezes ter muita criatividade. Por exemplo, em vez de comer um pão ou torrada simples, acrescente a eles geléias, requeijão, manteiga, pasta de amendoim, etc; ao leite preparado muitas vezes com um pouco de açúcar, sugere-se acrescentar aveia, leite em pó ou condensado, bater com sorvete, creme de leite, etc; às saladas preparadas geralmente com sal e limão, acrescenta-se iogurtes naturais, maionese, etc; às sobremesas pode-se acrescentar caldas e caramelos, e assim por diante. Alimentos como amêndoas, castanha do pará, nozes, entre outros são também excelentes fontes de calorias.
Dúvidas mais comuns a respeito do emagrecimento
O fumo pode ser causa de magreza excessiva já que pessoas que fumam demais, em geral, não tem apetite.
A emoção pode ter papel importante na magreza. Algumas pessoas sob forte tensão emocional podem comer menos e perder peso, embora muitas delas façam exatamente o contrário.
Magreza excessiva não é de causa hereditária, mas as pessoas que tem famílias com maus hábitos alimentares tendem a se alimentar mal, o que pode gerar magreza.
Muitas pessoas comem muito mas permanecem sempre magras, isto porque muitas delas gastam mais calorias do que ingerem (geralmente porque comem alimentos de baixo teor calórico).
Os suplementos vitamínicos ajudam a pessoa engordar somente se houver uma deficiência comprovada de vitaminas; se a dieta for bem equilibrada não haverá necessidade de usá-los.
Em crianças muito magras e hiperativas, o primeiro passo é estabelecer hábitos regulares e treiná-la para evitar o excesso de atividades físicas e tensão emocional. Não deve haver punição ou ameaças em crianças que não comem. Essa atitude pode levar à revolta e fazê-la com que perca ainda mais o apetite.
Suprinutri: o alimento que engorda
O problema da magreza excessiva ou peso deficiente foi alvo de uma pesquisa alguns anos atrás. Nosso interesse era desenvolver um alimento que além de fácil de consumir e digerir, fosse nutricionalmente adequado para pessoas que precisam ganhar peso. Elaboramos um alimento rico em carboidratos complexos, fibras, proteínas de alto valor biológico, vitaminas, minerais e ácidos graxos essenciais, utilizando os nutrientes de fontes vegetais como a soja, aveia, germe de trigo, gergelim, castanhas, etc. O consumo de 120g do alimento em pó por dia, com os mais diversos alimentos do dia a dia da pessoa (acrescentado em refeições salgadas ou doces) proporciona cerca de 500 calorias adicionais diárias, podendo em muitos casos, contribuir para o aumento de cerca de 0,5Kg de peso/semana ou 2Kg/mês. O alimento desenvolvido, batizado com o nome de Suprinutri, atende as necessidades nutricionais daquelas pessoas com problema de peso deficiente e contribui para a sua reabilitação.
O aumento de 1kg de peso para certos grupos (pessoas com câncer, aids e outras doenças debilitantes), significa às vezes vida. E as pesquisas têm mostrado que até o efeito do medicamento é diferente em um organismo bem nutrido quando comparado a um organismo desnutrido.