por Anette Lewin
Resposta: Em geral, as mulheres sabem muito bem qual o homem que se compromete e qual o homem que apenas … promete! Pela intuição!
A grande dificuldade está em trocar os prazeres prometidos pelo homem que seduz, pelo conforto proporcionado pelo homem que se compromete…
Aí está o conflito tão bem discutido por Jorge Amado em seu livro "Dona Flor e seus dois maridos". Obra de arte… Mas, em geral, apenas nas metáforas da arte a conciliação se resolve sem tropeços.
A vida real pede uma opção e a opção implica em abrir mão. E aquela que não quer ou não consegue abrir mão, fantasia que com o tempo, vai conseguir somar às virtudes de seu grande "pegador" à virtude da fidelidade e do compromisso. Difícil… Em geral muito difícil.
O homem que mobiliza, de alguma forma aprendeu a entender a alma feminina na prática, porque tentou, errou e acertou. E esse jogo, muitas vezes, acaba se tornando interessante para ele pelo prazer de jogar. Ele aprendeu a conquistar, mas não sabe direito o que fazer com o que conquistou então… não se compromete. Outro motivo para o homem não se comprometer pode ser uma decepção amorosa que acabou por torná-lo frio , ou simplesmente, um individualismo consciente que o leva a rejeitar qualquer tipo de compromisso amoroso. E para as mulheres, principalmente para as inseguras, a rejeição muitas vezes pode ser extremamente mobilizadora.
Do outro lado está o homem que se contenta com a mulher que conseguiu conquistar, e ama essa mulher incondicionalmente, mesmo sem entendê-la direito. Esse tipo de afeto pode ser confortável, mas muitas vezes deixa a desejar no campo da mobilização. É aí que se instala o dilema. Mobilização e conforto são incompatíveis por princípio. É claro que ambas as características estão presentes em qualquer homem, em maior ou menor grau, mas aqui falamos da característica dominante. E identificar essa característica, como já foi dito, é fácil e intuitivo. Difícil para a mulher que escolhe, é perceber se consegue conviver com o homem que se compromete, ou prefere o prazer de lutar pelo homem que a mobiliza, assumindo os riscos que essa escolha traz. E entender que casamento não é nem deve ser a única fonte de recompensas afetivas. Tanto a mobilização quanto o conforto, emocionalmente falando, podem ser obtidos através da família original, dos amigos, do trabalho, ou do lazer. É só questão de entender e aceitar a escolha feita. Seja ela qual for.