Relação abusiva: existe uma certa atitude, que pode estar presente no início de uma amizade, que sinaliza se você pode estar entrado em uma relação com essa ‘inter_atividade’. Por outro lado, existe uma determinada dinâmica que mostra se você está numa relação de amizade saudável… E… o que sustenta uma relação abusiva? Respondemos a tudo isso neste post.
Resposta: Falar sobre relações abusivas é mexer num vespeiro bastante perigoso. Seja nas relações amorosas, familiares, ou de amizade, é muito simples dizer que os papéis de abusador e abusado são bem definidos. Nem sempre são. Muitas vezes é difícil dizer quem abusa de quem. Quem provoca quem. Quem mantém o vínculo doentio. Em geral, existe uma cumplicidade entre abusador e abusado que pode ser inconsciente, neurótica, mas que dá a ambos, abusador e abusado, algo de que eles precisam.
Relação abusiva numa amizade
Vamos abordar aqui as relações de amizade. Uma amiga que vive criticando a outra, num primeiro momento pode ser considerada a abusadora. Mas por que a outra não reage? Talvez porque, inconscientemente, a crítica, para ela, é uma expiação da culpa que sente por algo errado que fez. Assim, ela acaba reforçando as críticas que sua amiga faz e não aceitando elogios; acaba, muitas vezes sem querer, manipulando o comportamento da amiga transformando-a numa tirana. E manipulação também é abuso… complicado não? Pois é… nem sempre as coisas são o que parecem ser.
É claro que existem amizades tóxicas, onde uma das partes realmente cai numa armadilha; existem as amigas que não deixam a outra em paz solicitando atenção o tempo todo; aquelas que competem sem parar; aquelas que falam mal da amiga pelas costas, enfim amizades que fazem sofrer. Nesses casos a pessoa que sofre tem que tentar entender o que a prende numa relação tão tóxica. Nada melhor que uma terapia para dar essa resposta, caso a pessoa não consiga entender por si só.
Muitas vezes a pessoa até tem consciência do que está acontecendo, mas não consegue sair. É possível e adequado alguém dar um toque, para que ela tome alguma atitude? Aqui nos encontramos novamente dentro de uma situação polêmica. Porque o mais adequado é que a própria pessoa rompa essa homeostase que não lhe faz bem. Ou sozinha ou através de um tratamento adequado. Tentar arrancar alguém de uma situação neurótica sem que ela peça ajuda, é como arrancar um fruto da árvore sem que ele esteja maduro. Às vezes ele até amadurece, mas outras ele apodrece. Então, conselhos jogados sobre uma pessoa que não os pediu, podem atrapalhar ao invés de ajudar. Nesses caso é melhor ouvir, apenas ouvir…
Finalizando, a melhor maneira de não cair numa relação de amizade abusiva é desconfiar, principalmente no começo de um relacionamento, de atitudes exageradamente “bondosas”. Pessoas que dão muito sem cobrar nada são raras. Em geral, dar muito é um gatilho para adquirir o direito de cobrar caro, num outro momento, pelo que deu.
Relações maduras e positivas são aquelas onde, desde o início, existe um equilíbrio entre dar e receber. Nesse sentido, a ilusão do “amigo perfeito” pode levar a uma situação de abuso num outro momento. Não existe amizade perfeita. Existe amizade construída e mantida com cuidado, equilíbrio e sensibilidade. O resto é lenda.
Atenção!
Esta resposta (texto) não substitui uma consulta ou acompanhamento de uma psicóloga e não se caracteriza como sendo um atendimento