Como olhar para a saúde do meu corpo?

por Nicole Witek

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À primeira vista, podemos pensar que essa abundância é fonte de confusão. Porém, com um pouco de bom senso, somos capazes de escolher e principalmente de questionar.

Já expliquei aqui no Vya Estelar, o quanto nossa vida é entregue nas mãos da medicina, da tecnologia e das companhias farmacêuticas. Fico chocada em ver o quanto o parto é “medicalizado”, o quanto, principalmente, a saúde da mulher é assistida desde a adolescência até a morte. Nossa saúde está nas mãos das instituições e dos médicos. Os especialistas cortam nossos corpos em pedaços: ginecologista, diferente de obstetra; dentista, diferente de ortodontista ou periodontista; cardiologista, urologista, oncologista, dermatologista… Existem milhares de especialidades para cada pedaço da nossa anatomia.

Tenho a sensação que nenhum “pedaço” é meu! Tenho a sensação que os médicos disputam cada parte do meu corpo! Chega de me sentir esquartejada!

Quero o poder sobre mim. Quero ser “dona de mim”! Estou cansada de ser despojada de mim, dada como presa ao centro de exames de sangue, fezes, urina e todas as substâncias do meu corpo: mamografia, ecossonografia, radiografia … e etc.

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Eu quero pegar o cetro do poder na minha mão! Chega, tirem as mãos de mim! Quero que respeitem minha integralidade como ser humano. Rejeito o estresse da despistagem, da prevenção, o medo do “e se estiver com câncer?!”. Hoje sabemos que tudo isso é raramente útil. Os cientistas mesmos estão se questionando se realmente a prevenção vale a pena. Às vezes pequenos caroços, pequenos tumores no seio desaparecem como apareceram: espontaneamente. Vale a pena estressar a gente? O estresse que sofremos enquanto esperamos os resultados de todos esses exames baixa a resistência, enfraquece o sistema imunológico, atira na depressão… Chega!

Queremos uma indústria que respeita o meio ambiente, estamos conscientes da qualidade da água que tomamos, do ar que respiramos. Não queremos mais ser poluídos e tratados como um carro, onde cada peça, isoladamente, pode ser consertada. Queremos ser considerados como gente crescida, como seres humanos com sentimentos, pensamentos, emoções. Estando coerente com essas mudanças de comportamento, devemos também ser coerentes quando se trata de nossa saúde.

Falando nisso um estudo de Harvard comprovou, há alguns anos, que a maioria dos americanos que sofre dificuldades emocionais quer ser tratada por métodos naturais (1). Em Nova York, o diretor do Hospital Saint-Vincent constatou que uma grande parte das vítimas do estresse pós-traumático do atentado de 11 de setembro aderiu ao yoga, à meditação e viraram as costas à medicina convencional.

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Hoje quero me responsabilizar por minha saúde. Quero aproveitar ao máximo as forças de recuperação do meu corpo maravilhoso. Não quero ser tratada passivamente, nem ouvir diagnósticos como sentenças definitivas.

Ontem, falei ao telefone com uma pessoa querida que passou por uma cirurgia pesada. Diante das dificuldades que sofreu para colocar o pé no chão, o médico falou: “não se iluda, vai demorar muito tempo antes de você andar”!

O que é esse espírito de derrotismo?

Como não ficar chocada ouvindo isso. Se estivesse no lugar do paciente, já estaria desanimada com o astral mais do que para baixo! Como pode dizer uma frase dessas! É contra isso que me rebelo. Um bom médico teria falado: “Fizemos um belo trabalho na cirurgia, agora cada dia você vai ficar melhor e em breve poderá pisar e andar…"

Como pode dizer que será longo o tempo de recuperação? Ninguém conhece os verdadeiros recursos das células quando encorajadas!

Milagre?

Ocorreu a beatificação do Papa João Paulo II devido à cura do mal de Parkinson da religiosa francesa Marie Simon-Pierre Normand. Esse foi o milagre reconhecido. Pergunto-me se a fé da minha amiga não poderia reproduzir um milagre desses ou simplesmente intensificar as forças de cura de cada célula…

Pensando mais fundo, nasceu uma nova disciplina: a neuropsicoimunologia (2) baseada na grande conexão entre o psiquismo, o sistema nervoso, o endocrinológico e o sistema imunológico. Resumindo, essa nova ciência diz que nosso sistema imunológico trabalha a pleno vapor quando estamos completamente de acordo conosco, ou seja, quando estamos felizes!

A felicidade mantém a saúde, o bom astral ajuda na recuperação. Com atenção para procurar perceber o que alterou o funcionamento das células, com observação, paciência, desejo de modificar e corrigir o comportamento, estamos ativando as melhores chances de cura e bem-estar. Isso também é um milagre.

Com tudo isso em mente, temos a possibilidade de, gradativamente, pegar o cetro do poder nas mãos, questionar ao médico, investigar na internet, exigir uma cura que leva em conta nosso ser todinho, exigir uma medicina humana que respeite os milagres de cada célula quando ela é bem tratada.

Qual é o vínculo com o yoga? Simplesmente o respeito, desde milênios, a conexão do ser humano à sua própria mágica, à sua própria divindade que realiza o milagre.

(1) R.Kessler – American journal of Psychiatry no. 158 -2001

(2) Wikipedia: Psiconeuroimunologia (PNI) ou psiconeuroendocrinoimunologia (PNE) é o estudo das interações entre comportamento e os sistemas nervoso, endócrino e imunológico. Surgiu após a percepção de que o sistema imunológico não trabalha de forma autônoma como inicialmente suposto. As substâncias mais frequentemente envolvidas são os antígenos e as citocinas, neurotransmissores e hormônios em geral.

O principal interesse da PNI são as interações entre os sistemas nervoso e imunológico e as relações entre processos mentais e saúde. A PNI estuda, entre outras coisas, o funcionamento fisiológico do sistema neuroimunológico na saúde e na doença; distúrbios do sistema neuroimunológico (doenças autoimunes, hipersensibilidade, imunodeficiência); e as características físicas, químicas e fisiológicas dos componentes do sistema neuroimunológico in vitro, in situ e in vivo.