por Patrícia Gebrim
Quando passamos a direcionar nossas ações a gerar o bem, um contentamento imenso se derrama sobre nós. Mas é preciso entender que precisamos, nós mesmos, estar abrangidos pela ação amorosa. Não se trata de nenhuma forma de abnegação, de renúncia de si mesmo em prol do outro, o que resultaria, em algum momento, numa sensação de que estamos sendo lesados e de que o mundo agora nos deve algo.
Quando fazemos algo para o outro e nos sentimos sugados e sem energia, essa ação não pode ser chamada de amorosa.
Seria melhor que nos retirássemos da ação e buscássemos, em nosso íntimo, a conexão amorosa com o todo, antes de agirmos.
A ação verdadeiramente amorosa acontece quando sentimos, em cada átomo do nosso Ser, que existe uma conexão profunda e permanente entre toda a vida.
Quando sentimos que nós e os outros somos apenas um, quando nos sentimos ligados à tudo o que existe por uma teia eterna e indestrutível.
Nada está separado de nós.
Estamos profundamente conectados a todos os seres. Das árvores aos elefantes, dos santos aos pecadores.
No exato momento em que de verdade sentimos isso, todas as nossas carências se desfazem. Eram ilusões que se manifestavam devido ao estado desértico de nossa consciência.
Já não precisamos receber nada do outro ou de ninguém, pois já somos tudo. Sentir isso nos traz imensa paz.
Outro efeito de nos sentirmos em Unidade com tudo o que vive, é que passamos a reverenciar e cuidar de tudo, sem nos sentirmos lesados ou credores da vida.
Quanto mais damos, mas nos sentimos receber, pois aquele que recebe somos nós também.
É muito preenchedora a sensação que nos vem quando ajudamos alguém, quando criamos beleza, quando nos tornamos células amorosas desse corpo Universal.
Passamos a respeitar não apenas as pessoas, mas também a natureza e passamos a ser inspirados e guiados por uma força maior e natural, que nos leva sempre na melhor direção.
Nos tornamos mais amigos das plantas, dos animais, dos rios, florestas e montanhas.
Nos tornamos mais próximos de nós mesmos.
Nos tornamos os agentes de transformação, aquilo a que estamos destinados a ser.