por Danilo Baltieri
"Meu filho é viciado em LSD."
Resposta: Existem várias repercussões psíquicas relacionadas ao uso do LSD. Esta droga é uma das mais potentes existentes, provocando uma sensação de “fragmentação” de si mesmo e profundas alterações da percepção do mundo, suas cores, seus cheiros, seus sentidos. A dose necessária para provocar esta sensação é da ordem de microgramas. Um sintoma bastante descrito é a chamada “sinestesia”, em que o usuário tem a nítida sensação de “ver” a música, “ouvir” as cores, “cheirar” os sons, ou seja, uma modificação dos sentidos.
A tolerância ao LSD ocorre muito rapidamente, mas também pode desaparecer em uma ou duas semanas, se nenhuma dose for utilizada. Essa droga pode induzir ou despertar sintomas psiquiátricos em pessoas predispostas, como alucinações, delírios, crises de pânico, sintomas depressivos, alterações persistentes da percepção visual.
As crises de pânico, caracterizadas por grande ansiedade, medo de locais fechados, expectativas não realistas, são a principal complicação psiquiátrica do consumo do LSD.
Os sintomas de uma crise de pânico desenvolvem-se abruptamente e podem ser descritos como:
a) palpitações ou ritmo cardíaco acelerado;
b) sudorese;
c) tremores;
d) sensação de falta de ar ou sufocamento;
e) sensação de asfixia;
f) desconforto torácico;
g) náusea ou desconforto abdominal;
h) sensação de tontura, instabilidade, vertigem, desmaio;
i) sensação de irrealidade (desrealização);
j) sensação de estar distanciado de si mesmo (despersonalização);
k) medo de perder o controle ou de enlouquecer;
l) medo de morrer;
m) sensação de formigamentos em áreas do corpo;
n) calafrios e ondas de calor.
Também é relevante comentar sobre o conhecido efeito do “flashback”, que corresponde à re-experimentação dos mesmos sintomas vividos durante o consumo da droga meses depois do último uso do LSD. Esses sintomas costumam ser eventos muito angustiantes para o usuário, embora para outros usuários possa ser uma experiência prazerosa.
A duração dos sintomas é variável, especialmente se a droga “despertou” sintomas de transtornos psiquiátricos pré-existentes. Seu filho necessita ser avaliado por profissional especializado, objetivando determinar o que realmente está acontecendo e evitar uma evolução mais danosa do quadro apresentado. Isso deve ser feito com urgência!
Naturalmente, é necessário que seu filho não faça uso de quaisquer substâncias psicoativas, como maconha, LSD, cocaína/crack, ecstasy etc.
Atenção!
As respostas do profissional desta coluna não substituem uma consulta ou acompanhamento de um profissional de psiquiatria e não se caracterizam como sendo um atendimento