Conheça os principais frutos do cerrado e seus benefíicos à saúde

por Jocelem Salgado

Quem já ouviu falar de pequi, mangaba, araticum, buriti ou curriola? Estes nomes são designados às frutas nativas do cerrado brasileiro e quase desconhecidas pela maioria da população.

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No entanto, tendem a fazer parte da rotina alimentar de consumidores que optam por uma alimentação saudável e com benefícios à saúde.

As fruteiras nativas ocupam lugar de destaque no ecossistema do cerrado e seus frutos já são comercializados em feiras da região e com grande aceitação popular. Esses frutos apresentam sabores sui generis e elevados teores de açúcares, proteínas, vitaminas e sais minerais, podendo ser consumidos in natura ou na forma de sucos, licores, sorvetes, geleias etc. Hoje, existem mais de 58 espécies de frutas nativas do cerrado conhecidas e utilizadas pela população.

Detentoras de sabores e características exóticas, as frutas do cerrado vêm ultrapassando as fronteiras da fama local e ganhando consumidores pelo Brasil afora. Atualmente, é possível encontrar produtos à base de tais frutos em aeroportos e comércio de grande parte do país.

Dentre as frutas conhecidas e estudadas, vale destacar o pequi, um fruto muito consumido e famoso na região como o ouro do cerrado. Além do sabor peculiar, tal fruto contém uma excelente quantidade de antioxidantes, as célebres substâncias que combatem os radicais livres.
Pequi: 'ouro' do cerrado rico em vitamina C

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Uma das que mais aparecem no pequi é a vitamina C, mas o licopeno, composto que protege a próstata e o coração, não fica tão atrás. O pequi sempre fez parte da culinária e cozinhar no arroz ou no feijão são as maneiras mais tradicionais de preparo. Várias empresas já se especializaram em extrair o óleo, fazer doces, licores, xaropes e sabonetes com a planta.

Também vale destacar que trabalhos desenvolvidos no nosso laboratório com o baru, uma castanha muito consumida na região do cerrado mostraram uma quantidade de vitaminas e minerais significativas, com destaque para ferro, cobre, zinco, fósforo e magnésio, essenciais para o bom funcionamento e para as defesas do organismo.

 

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Baru: suas nozes reduzem o coleterol "ruim" LDL Esses estudos comprovam que as nozes do baru são indicadas na prevenção de doenças cardíacas e na redução do colesterol “ruim” LDL, por serem ricas em lipídios poli-insaturados, semelhantes ao azeite de oliva. Também apresenta relevantes fontes de sais minerais, fibras, vitaminas e óleos monoinsaturados benéficos à saúde, principalmente ao sistema cardiovascular.

Podemos ainda ressaltar outros frutos da região do cerrado tais como o buriti fonte de carotenoides, a cagaita e gabiroba pelo seu elevado teor de vitamina C, o araticum riquíssimo em antioxidantes e a mangaba pelo teor elevado de açúcares, entre outros.


Buriti
Cagaita


Gabiroba
Araticum

O consumo das riquezas frutíferas nativas do cerrado foi de suma importância para a sobrevivência dos primeiros desbravadores e colonizadores da região. Através da adaptação e do desenvolvimento de técnicas de beneficiamento dessas frutas, o homem elaborou verdadeiros tesouros culinários regionais, tais como licores, doces, geleias, mingaus, bolos, sucos, sorvetes e aperitivos. Possibilitando assim, que o país inteiro utilize as riquezas disponíveis nessa região.

Por muito pouco, porém, a riqueza de todas essas espécies não se perde antes mesmo de extrapolar os limites do cerrado. Afinal, esse é o bioma brasileiro que mais tem sofrido com a ação destruidora do homem, de forma que estimativas otimistas dão conta de que hoje só 20% de sua área original estejam preservadas. Isso quer dizer que dezenas de espécies frutíferas podem ter sido aniquiladas, sem que seja tomado conhecimento de seu gosto e de suas propriedades.

A dica, portanto, é desfrutar das riquezas que o nosso país apresenta e valorizar os frutos do cerrado!