Para reconhecer é preciso conhecer. Aquilo que se nos apresenta na vida tende a ser de duas naturezas. A primeira é simpática, e a segunda, antipática.
A primeira natureza é simpática. A simpatia simboliza algo interno e integrado ao nosso ser. Integralidade que justifica a experiência e permite que ela seja. Integralidade que define também o estado de saúde e de paz. Quando simpatizo sou levado a agir em favor de algo, em propagar a simpatia, em alargar a faixa vibratória ressonante comigo.
A segunda natureza é mais trabalhosa a se lidar. Trabalhar a antipatia de forma saudável requer uma presença que poucos desenvolveram. A experiência antipática é aquela em que alguma contrariedade ou estranheza ocorrem. Algo que desconheço me impulsiona a partir de fora a atuar. Posso escolher então agir ou apenas reagir.
A reação é uma forma de indisponibilidade, impermeabilidade e de preservação do estado de entendimento das coisas. Eu me basto até aqui e isso eu não admito como possibilidade. Reagir é atitude de não aceitação de convites e risco de adoecimento.
A resposta curativa no caso da antipatia pode ocorrer na forma de ação, de agir. Uma contrariedade pode ser elaborada em uma atitude de porosidade ao diálogo, disponibilidade à escuta e à mudança. Toda antipatia é um convite à revisão de meus pressupostos e, portanto, alimento para a alma.
Quando reajo perco oportunidade de autorreflexão, quando ajo realizo o exercício da autotransformação. Exercício que fundamenta o estado de saúde, que por sua vez, com nitidez se associa ao estado de fluidez, desviando de estados de estagnação.
Fluir ou estagnar? Eis a questão e a escolha a ser considerada em cada caminho e cada coração.