por Danilo Baltieri
"E quando o familiar não quer tratamento e quer fazer da vida de quem convive com ele um inferno? Meu filho é dependente há quatro anos, foi internado compulsoriamente por seis meses e voltou à dependência e não quer parar. A co-dependência é pesada, porque vivo sozinha com ele, ele fez 18 anos, não trabalha, não estuda e já me agrediu fisicamente. Estou pensando em ingressar com uma ação de separação de corpos, pois não suporto mais as agressões."
Resposta: Infelizmente, na prática clínica diária, casos semelhantes são freqüentes, especialmente entre graves dependentes de substâncias. Nesses casos, além do próprio dependente químico, os familiares devem estar inseridos em tratamento, objetivando a abordagem da chamada codependência e de outros problemas relacionados.
Se o indivíduo dependente químico não deseja realizar o tratamento, o familiar deve, mesmo assim, tratar-se com especialista nesta área.
Sob nenhuma circunstância, pode ser admitida a agressão provocada pelo indivíduo dependente sobre quaisquer pessoas, nem tampouco de quaisquer pessoas sobre o indivíduo dependente químico.
Se isso estiver ocorrendo, estamos diante de mais um problema que precisa ser solucionado com urgência. Junto do seu médico especialista, você poderá averiguar as falhas no processo de tratamento do seu filho, bem como conseguir estruturar-se diante do problema, evitando mais danos presentes e futuros.
Fatores de risco para a agressão
Existem alguns fatores de risco para a agressão cometida pelos filhos jovens contra seus pais, tais como:
a) Abuso de álcool e outras drogas pelos filhos;
b) Abuso de álcool e outras drogas pelos pais;
c) Um crônico padrão de violência na família;
d) Falhas sucessivas no tratamento de indivíduos agressivos ou no reconhecimento de que esses jovens precisam de tratamento sério;
e) Isolamento social dos jovens;
f) Inabilidade para lidar com situações de estresse;
g) Outros transtornos psiquiátricos associados com o consumo de substâncias psicoativas.
Não retarde na procura de ajuda.