Covid-19: Cúrcuma atua em doenças virais e pode evitar pneumonia grave

A cúrcuma tem longa história de uso pela humanidade. Curcumina, seu principal polifenol, atua como um medicamento natural, sem toxicidade e efeitos colaterais. Numerosos estudos in vitro e in vivo indicam que a curcumina tem atividade antioxidante, anti-inflamatória, anticancerígena e antiglicêmica. Várias investigações clínicas relatam efeitos benéficos no tratamento de problemas cardiovasculares, síndrome metabólica, diabetes e doenças infecciosas, especialmente infecções virais.

Tempestade de citocinas

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Curcumina possui um amplo espectro de propriedades biológicas e farmacológicas, e ensaios pré-clínicos sugerem que sua ação na modulação da resposta imunológica poderia inibir a tempestade de citocinas induzida por doenças virais. Diversas pesquisas têm documentado que a curcumina interrompe o processo de infecção através de múltiplos mecanismos, atingindo diretamente as proteínas virais, inibindo a expressão genética, e bloqueando a entrada e replicação do vírus nas células.

Pneumonia grave

Estudos em animais mostram que curcumina impede o desenvolvimento de pneumonia grave. Pesquisadores relatam que a administração pré ou pós-infecção melhora significativamente a função pulmonar e a taxa de sobrevivência. Numerosas análises indicam que a curcumina pode ter efeitos profiláticos e terapêuticos sobre pneumonias induzidas por vírus respiratórios. Ainda não há dados conclusivos em humanos sobre a ligação entre curcumina e SARS-CoV-2. No entanto, por seu papel preventivo e curativo em infecções e na tempestade de citocinas presente em ataques virais, a curcumina pode ser considerada como um agente promissor contra o coronavírus.

Covid-19

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A principal manifestação clínica da Covid-19 é a presença de sintomas respiratórios, e alguns pacientes desenvolvem complicações cardiovasculares e renais. A tempestade de citocinas desencadeada por infecções virais é um quadro grave e ainda sem tratamento eficaz. Esta violenta reação ocorre pela produção descontrolada de moléculas pró-inflamatórias e radicais livres, levando à pneumonia, lesão pulmonar aguda, falência de múltiplos órgãos e, eventualmente, morte.

Infecção viral 

Evidências crescentes de estudos pré-clínicos demonstram que curcumina efetivamente atua na infecção viral, alivia a gravidade da lesão pulmonar através da compensação da tempestade de citocinas, inibe a fibrose subsequente e aumenta as taxas de sobrevivência. Efeitos potenciais da curcumina: inibe a entrada do vírus na célula, inibe o encapsulamento do vírus, bloqueia a protease viral (quebra da proteína do vírus), modula várias vias de defesa celular.

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Como usar

Atualmente não há recomendação clara para qual dosagem diária seria a mais eficaz. Em suplementos de curcumina com tecnologia de alta biodisponibilidade a dose indicada pode variar de 200 a 500 mg. Em cápsulas com extratos concentrados da raiz de cúrcuma a dose usual é de 500 a 1000 mg. Estes costumam conter piperina, um composto da pimenta do reino que aumenta a sua absorção. A raiz de cúrcuma contém de 2 a 5% de curcumina. Isso significa que há cerca de 200 mg de curcumina em 1 colher de chá de cúrcuma em pó ou em 3 colheres de chá de cúrcuma fresca ralada. Há também a forma injetável, a mais indicada em quadros graves, com biodisponibilidade total.

Referências

*Frontiers in Cell & Developmental Biology 2020. Inhibitory Effect of Curcumin on Virus-Induced Cytokine Storm and Its Potential Use in Associated Severe Pneumonia.

*Phytotherapy Research 2020. Potential effects of curcumin in the treatment of COVID-19 infection.

*Frontiers in Microbiology 2019. Anti-infective Properties of the Golden Spice Curcumin.

*Frontiers in Pharmacology 2020. Nanocurcumin: A Promising Candidate for Therapeutic Applications.