por Sonia Corazza
Quando o produto cosmético é para criança, a legislação preconiza muito mais cautela e severidade para a escolha dos ingredientes que compõem as fórmulas. Sim, é duro um leigo entender os nomes químicos presentes nas composições dos produtos, mas cada dia mais é essencial se autoeducar para ter certeza que o que seu filho usa não vai fazer mal agora e nem no futuro, devido ao uso cumulativo durante a vida.
O que as empresas fabricantes devem levar em conta?
A segurança dos ingredientes e a reologia (capacidade dos ingredientes reagirem entre si) da formulação são vitais. Se você pensar na pele do bebê, vai verificar que o pH da sua pele é prevalentemente alcalino, devido à presença do vernix caseoso, uma substância graxa, esbranquiçada, que recobre todo o bebê ao nascer. Dentro das 24 horas seguintes ao parto o pH cai notoriamente tendendo a uma estabilização por volta do primeiro mês de vida em valores pouco abaixo de 6, portanto discretamente ácido.
Estou falando tudo isso só para que se entenda porque é tão importante conhecer profundamente a estrutura da pele do recém-nascido, do bebê e da criança e verificar o melhor tipo de formulação para cada etapa de desenvolvimento da vida.
Ativos presentes nos shampoos infantis: não é preciso entender, mas é preciso ver se estão presentes
Acredito nos tensoativos de extrema suavidade, como os sarcosinatos; nos derivados e frações ativas, obtidas de plantas cultivadas sem defensivos tóxicos e extraídos biotecnologicamente, sem solventes maléficos. Acredito nas combinações sinérgicas de emulgadores não etoxilados e não propoxilados, muito mais suaves e seguros.Acredito em ingredientes que biomimetizem os compostos da emulsão epicutânea do couro cabeludo. Acredito, finalmente, nas composições fragrantes sem ftalatos.
Tudo isso parece grego para você? Então comece já a ler a bula de todos os produtos que você compra para seus filhos e vai verificar que muitos desses palavrões são importantes na fórmula do produto cosmético.
Hidratantes e sabonetes seguros
Vale a mesma premissa, ingredientes seguros, não parafínicos, não etoxilados e não propoxilados. São bem-vindos os bloqueadores físicos de última geração, como o óxido de zinco revestido com silicones especiais, as vitaminas A, C, D e pró-vitamina B5, além de óleos e manteigas vegetais obtidos por prensagem a frio.
E maquiagens? Também exigem ativos específicos
Sem dúvida! Além da menor paleta de opções entre pigmentos e *micas seguros, há a questão dos derivados parafínicos, que devem ser sempre evitados.
Escolha somente itens fabricados por empresas idôneas e reconhecidas, não caia na tentação de comprar brinquedinhos que pintam o rosto sem saber a procedência do produto. Verifique se a fórmula é dermatologicamente testada e direcionada especialmente para crianças. Afinal, seu filho é a jóia mais preciosa do mundo!
* Micas: pigmentos de uso seguro para essas fórmulas