Verbete explicado a partir do e-mail enviado por uma leitora:
“Relacionamento de dois anos… Ele sempre se mostrou difícil, inseguro, falou e demonstrou isso. O conheço bem, ele sempre demonstrou em atitudes manter certa distância, pra não virar namoro sério. Aos seis meses de encontros deliciosos, fui perguntar o que éramos, ele rompeu e disse que ia pensar… 30 dias depois voltou e ficamos no quase-namoro… sem resposta, por um ano e meio… quase namoro. Ele foi demitido e está sem dinheiro, alega não ter condições de se entregar. Ele me indica parcerias comerciais e eu idem… mas ele fez coisas inusitadas: quis me emprestar livro, trouxe chocolates para mim e para minha filha, visitou meus pais, conversou, jantou duas vezes na minha casa; sempre arruma um jeito de me ver uma vez por mês. Já são quatro meses sem encontros de namoro. Fico em dúvida se virou um amigo pra sempre ou se está apenas em volta até que se firme profissionalmente, se sinta seguro pra retomar a relação. Temos confiança um no outro, cumplicidade química afinidades, mas fico nessa dúvida…”
Por Anette Lewin
Parece que existe entre vocês certa afinidade como pessoas. O problema é que as intenções de cada um dentro dessa afinidade são diferentes.
Você quer namorar. Ele não. Quase namoro não é namoro. Essa nova terminologia é uma forma de dizer que ele não quer uma relação amorosa convencional com você. Na verdade, no momento, parece que ele quer mais uma parceira profissional do que qualquer outra coisa. Ele a visita uma vez por mês? Conversa com seus pais? Não, isso não parece ser um sinal que ele vai voltar para você quando estiver equilibrado profissionalmente. Pode ser apenas a vontade de manter uma amizade com você; parece mais um caso de namoro que virou amizade.
Certamente nos dias de hoje a concepção de namoro está mudando. E essas mudanças implicam em novas formas de se relacionar amorosamente. Existem pessoas que namoram à distância, casais que vivem em casas separadas, namoro aberto, namoro fechado, poliamor, enfim, cada casal estabelece o tipo de parceria amorosa que quer e consegue administrar. O importante é que ambos queiram estar juntos amorosamente. O que significa isso? Que a parceria amorosa envolva afeto, sedução, sexo, conquista, beijos, abraços, olhares, enfim, comportamentos relacionados com a palavra amor.
Quando você descreve que ele “me indica parcerias comerciais e eu idem… mas ele fez coisas inusitadas: quis me emprestar livro, trouxe chocolates para mim e para minha filha, visitou meus pais, jantou duas vezes na minha casa; sempre arruma um jeito de me ver uma vez por mês”, não conseguimos enxergar aí nenhuma associação com a palavra amor. E você mesma, na frase seguinte complementa: “já são quatro meses sem encontros de namoro”. Então você sabe que isso não é um namoro, nem um quase namoro, muito menos um namoro sério.
Neste momento ele não quer namorar. E não dá para adivinhar se vai querer um dia.
Assim, frente a essa situação, cabe a você decidir que atitude quer tomar. Esperar que o “não namoro” vire namoro, ajudá-lo profissionalmente para que uma estabilidade financeira faça com que ele a olhe de outra maneira, tentar fazê-lo voltar a se interessar amorosamente por você mudando sua forma de se comportar, ou, sair da relação e procurar alguém que, como você, queira namorar e não apenas ser seu amigo. Avalie cada uma dessas possibilidades e use sua intuição para decidir. Ninguém pode fazer isso por você.
Atenção!
Este texto não substitui uma consulta ou acompanhamento de um psicólogo e não se caracteriza como sendo um atendimento.