por Elisa Kozasa
“Essas pausas não são feitas em um resort de luxo cheio de distrações para nossa mente. Esse tipo de ambiente sem dúvida nenhuma é confortável e atrativo, mas não vamos conseguir introspectar nele. Para tanto, um ambiente um pouco mais rústico e simples, sem tantas distrações seria mais adequado, como um pequeno chalé ou cabana nas montanhas, ou até mesmo uma casa de praia fora de temporada”
Recentemente estava revendo um best-seller do final dos anos 80: Um minuto para mim de *Spencer Johnson. Vários outros livros certamente abordam o tema da importância de se dar um tempo, mas pessoalmente gosto da maneira prática desse livro desenvolvê-lo; o próprio título é conciso e objetivo, expressando o seu conteúdo.
É claro que, como em muitos livros de autoajuda, há uma simplificação excessiva de como conseguir efetivamente a paz e o equilíbrio desejados, mas parar e escutar já é um bom primeiro passo.
Mestres de tradições orientais como Paramahansa Yogananda já abordavam a importância de parar e introspectar para poder ouvir a nossa “divina alma”. Seja qual for o nome dado para o si próprio ou “self”, é bom parar para ouvi-lo. E talvez, para “melhorar nossa audição”, seja importante fazer uma pausa mais longa.
Em diversas tradições, das hinduístas às cristãs, há recomendações sobre a importância de parar e se retirar. Não estou falando de uma vida monástica, mas pode ser importante recolher-se eventualmente para um local tranquilo, para simplesmente observar seus próprios pensamentos e sentimentos, bem como para perceber como vai a condução de nossa vida.
Essa pausa pode ser de algumas horas, um dia, uma semana, um mês…
Bem…, nada melhor que nos darmos a oportunidade de perceber nossas necessidades e determinar por quanto tempo. Pequenas paradas diárias talvez sejam suficientes para manutenção da nossa homeostase ou equilíbrio. Mas, a maioria das pessoas que conheço, e que se acostuma a fazer essas pequenas paradas, sentem falta de, de vez em quando, parar por um tempinho um pouco mais longo.
Essas pausas não são feitas em um resort de luxo cheio de distrações para nossa mente. Esse tipo de ambiente sem dúvida nenhuma é confortável e atrativo, mas não vamos conseguir introspectar nele. Para tanto, um ambiente um pouco mais rústico e simples, sem tantas distrações seria mais adequado, como um pequeno chalé ou cabana nas montanhas, ou até mesmo uma casa de praia fora de temporada.
Se a opção for fazer essa pausa com uma companhia ela terá que compreender e colaborar com o objetivo da viagem.
Parar e ouvir nos faz conectar com nossos valores, de modo a podermos perceber o que realmente é importante e o que nos faz bem. Não falo aqui do bem fugaz, mas de um bem mais permanente.
Lembro-me de uma pausa destas de cerca de duas semanas. No início, nos dois ou três primeiros dias, nossa mente tenta fugir do lugar e buscar qualquer tipo de estímulo como temos no dia a dia de uma grande cidade. Mas aos poucos a mente se aquieta e percebe que somos capazes de viver felizes de uma maneira muito mais simples. E então, acontecimentos e percepções aparentemente pequenos são capazes de nos nutrir de maneira especial. Estas experiências trazem um delicioso contraponto à nossa própria crença de que precisamos de estímulos fortes o tempo todo para nos mantermos felizes. E então podemos voltar renovados para nossa vida diária.
*Spencer Johnson escritor norte-americano mais conhecido por seu livro motivacional de 1998 intitulado Quem Mexeu no Meu Queijo? (Who Moved My Cheese?, no original em inglês).Johnson nasceu em Dakota do sul e formou-se em Psicologia pela Universidade da Califórnia
Fonte: Wikipedia
Dicas de leitura:
Jonhson S. Um minuto para mim. Editora Record, Rio de Janeiro, 1997.