por Johann Heyss
O ano pessoal nada mais é senão o caminho do destino em uma versão reduzida, voltada apenas para aquele ano específico. Este cálculo vem a ser o ponto de partida do chamado mapa numerológico anual, cujo objetivo é analisar os potenciais de um indivíduo dentro do período de um ano. É possível tecer um paralelo entre o mapa numerológico anual e o trânsito astrológico, já que o objetivo e a estrutura de ambos é bem semelhante – devidamente guardadas as diferenças entre o sistema numerológico e o astrológico.
Para calcular a vibração numérica para um ano em questão, basta somar os números do dia e do mês do nascimento da pessoa ao número do ano em questão. Uma pessoa nascida em 11.12.1984 que deseje saber a vibração pessoal para o ano de 2005 deverá fazer a seguinte soma:
11 + 12 + 2005 = 2+0+2+8 = 12 = 3
Desta forma, 3 é a vibração do período de um ano para tal pessoa. Agora, atente para um detalhe importante: o ano pessoal começa no dia do aniversário e termina na véspera do aniversário seguinte. Portanto, o ano pessoal de 2005 deste indivíduo, cujo valor é 3, começa no dia 11 de dezembro de 2005 e termina no dia 10 de dezembro de 2006. Este aparente descompasso da vibração coletiva com a individual não possui nenhuma conotação qualitativa, não é boa nem má. Mas é importante perceber que, como se trata de um período pessoal de 12 meses, não coletivo, o campo de ação entre um aniversário e outro deve ser respeitado para que a análise seja correta.
Cada ano representa um momento no qual um determinado tipo de ação deve ser privilegiado. O senso daquilo que em inglês, se chama timing é fundamental para o sucesso na vida, em todos os campos. Tudo corre em ciclos, e o ano pessoal situa e analisa tais ciclos no âmbito pessoal através do ano pessoal.
Todos nós temos livre-arbítrio para tomar nossas decisões de acordo com nossas consciências e conveniências. O ano pessoal não pretende fazer previsões absolutas, mas sim situar o indivíduo para que ele possa optar agir em harmonia com seus próprios ciclos e fazer a coisa certa na hora certa.
Segue abaixo uma lista das características e indicações para cada ano pessoal representado pelos números elementares e mestres. Note que a origem destes números conta muito na análise do ano pessoal, e após se estar familiarizado com os números elementares e mestres, é fundamental se aprofundar no conhecimento dos tipos numéricos e analisar os números de origem.
Tabela do Ano Pessoal
Ano pessoal 01 – Este é o início de um novo ciclo. A pessoa sente mais facilidade em se projetar em todos os campos, é o momento em que se deve buscar a autopromoção, tomando cuidado para não parecer gabola ou arrogante demais, o que teria efeito contraproducente. Não se deve adiar nada, nem buscar a ajuda de segundos ou terceiros: se a ajuda for necessária, deve-se ir direto ao centro, ao líder, equilibrando autoconfiança e bom senso. O momento pede que a pessoa se coloque em primeiro lugar e siga a própria cabeça e os próprios métodos. Mas pessoas que já têm uma personalidade excessivamente agressiva e altiva devem evitar a degeneração destes traços em despotismo e egoísmo.
Ano pessoal 02 – Aqui é necessário "baixar a bola", sair um pouco de cena, ir para os bastidores, escutar as impressões que se causou, adotar uma postura mais humilde e persuasiva, buscar as coisas de maneira indireta e sutil. Não é o momento para se impor nada, é preciso seguir as tendências gerais, evitar chamar a atenção demais. Ao invés de se buscar o líder, é preferível estreitar laços com a "eminência parda" que sempre existe. Momento de se pensar mais no parceiro, no amor, na vida conjugal ou mesmo naquela pessoa (amigo ou algo do tipo) que nos seja muito próximo. Enquanto no ano anterior a idéia era centrar-se no próprio ego, aqui a busca deve ser voltada ao outro.
Ano pessoal 03 – O momento é de expansão pessoal, diversão, comunicação. A idéia central é criar, seja em que campo ou de que forma for. Publicidade é bem-vinda, mas cuidado com a qualidade da mesma, o período facilita a transmissão de mensagens e idéias, sejam elas boas ou más, desejáveis ou não. É uma fase que favorece o convívio com crianças, jovens ou pessoas que tenham um espírito extremamente jovial e criativo, inclusive artistas e comunicadores profissionais em geral. As idéias devem ser aproveitadas, é um ano no qual idéias jorram em profusão. É preciso misturar trabalho e diversão, ver o trabalho de maneira mais lúdica e abordar a diversão de maneira a extrair vantagens da mesma, geralmente na forma de idéias.
Ano pessoal 04 – Ao contrário do período anterior, agora a hora é de trabalhar duro, arregaçar as mangas, enfrentar obrigações, cumprir aquilo com que nos comprometemos, fazer valer nossa palavra. Não é momento de fazer corpo mole nem de tirar férias, a tendência é que sempre apareça algum fator imperativo que nos conduz ao dever antes que ao ócio. Por outro lado, a tendência à estafa e à sensação de sobrecarga é muito forte e não deve ser levada a extremos: se esforce ao máximo, mas não extrapole os próprios limites. É o melhor momento para cuidar de questões burocráticas, mas por outro lado devem ser evitadas as mudanças, a não ser as mais essenciais e inevitáveis. Período positivo para firmar qualquer ação que venha sendo empreendida nos últimos três anos.
Ano pessoal 05 – Agora é hora de aceitar todas as mudanças, até mesmo provocar aquelas transformações que se deseja há muito tempo. Momento ideal para férias, mas como naturalmente elas não duram pelo ano inteiro, é preciso ter senso de oportunidade (não oportunismo) para aproveitar as chances e caminhos que se abrem de maneira inesperada neste ano repleto de altos e baixos. A sexualidade e sede por prazeres estão em alta, a libido está a todo gás, fazendo deste um período em que muitos "pulam a cerca" de um relacionamento monogâmico, ou mesmo uma fase de vários casos sem conseqüência para aqueles que não estão numa relação no momento. Há também uma sede por prazeres sensoriais que pode levar a abusos de substâncias e bebidas para aqueles que não sabem se controlar. Contudo, para aqueles que são mestres de si próprios, este ano é um período em que tudo é vivido com enorme prazer e alegria, sem culpa. Excelente fase para viagens e mudanças, mas péssimo para tomar decisões muito importantes – as quais, se inevitáveis, devem ser tomadas de maneira muito judiciosa.
Ano pessoal 06 – Este é um período perfeito para tomar decisões sensatas e acertadas. Há um grande senso de comunidade, a família ocupa um papel central nas questões em pauta neste ano. A pessoa é requisitada, solicitada, é preciso responder às expectativas emocionais daqueles que amamos. Contudo, é necessário também evitar armadilhas como chantagens emocionais, ciúmes ou superdramatização. Todas as questões relacionadas ao lar e à família se mesclam ao relacionamento, ao trabalho, à espiritualidade e a qualquer outra esfera da vida do indivíduo. Tenha em mente que estar pronto a ajudar não é o mesmo que se imiscuir na vida dos outros e pregar uma moral. Ajude quando solicitado, quando não, mantenha sua posição. Excelente período para casamento e para a procriação.
Ano pessoal 07 – Durante este período de 12 meses a pessoa tende a se sentir mais isolada, mais solitária, extremamente introspectiva. Isto pode se transformar num momento de extrema reflexão e estudo, de maior enriquecimento mental, psicológico e espiritual; mas dependendo da pessoa pode também significar depressão, tristeza e melancolia. Não é necessário passar por este lado indesejável do arquétipo de 7 se o mesmo for direcionado para a busca do autoconhecimento. O estudo se dá naturalmente em reclusão, e é um mito se associar reclusão a depressão ou tristeza. Mantenha o foco e conseguirá grandes progressos espirituais e mentais, mas evite o isolamento total e absoluto, saia da toca de vez em quando para arejar.
Ano pessoal 08 – Após um período de maior aprofundamento na própria alma, nos próprios objetivos e necessidades, fica mais fácil trabalhar pela prosperidade e crescimento material. Muitas vezes somos erroneamente condicionados a colocar a busca material antes da busca espiritual e mental, e isto resulta em que muitos alcancem a prosperidade material e não sabem como lidar com ela por um absoluto vazio e despreparo interior. Este é o período em que a lei de causa e efeito se mostra de maneira mais evidente: seus créditos tendem a ser pagos, bem como seus débitos, descontados. Isto abrange muito mais do que a esfera financeira ou material, referindo também e, sobretudo, a resultados (concretos ou abstratos) de ações anteriores.
Ano pessoal 09 – Chegamos ao término do ciclo, no qual se deve finalizar (não só no sentido de dar fim, mas de aperfeiçoar e concluir) tudo o que se começou nos últimos oito anos. Há um mito de que no ano 9 não se deve começar nada, pois tal coisa não teria raízes firmes. Não é bem assim. De fato, é mais fácil concluir do que iniciar coisas neste período, mas mesmo assim, o que às vezes nos parece o início de um novo projeto de vida é na verdade a ponte para algo ainda melhor que viria a começar no ano seguinte… Durante este ano é preciso evitar o nervosismo e a impulsividade excessiva, apesar de que uma certa impulsividade e espontaneidade são não apenas necessárias, como vantajosas. Tudo é uma questão de dose e equilíbrio.
Ano pessoal 11 – Algumas vezes a pessoa tem o ano pessoal 11 no lugar do ano pessoal 2. Quando isto acontece, ao invés de um descanso e uma desaceleração ocorre o contrário: todas as atribuições do ano 1 se colocam de maneira ainda mais imperativa, como uma continuação do ano 1. Acontece que o período 11 traz a chance de enormes avanços vindos da inspiração que se sente neste período, mas será preciso enfrentar a oposição ao novo e uma certa inveja daqueles que não estão num momento tão inspirado. A intuição está em alta, mas é preciso cuidado para não aceitar interferências que a desvirtuem.
Ano pessoal 22 – Algumas vezes a pessoa tem o ano pessoal 22 no lugar do ano pessoal 4. Isto significa que as obrigações, deveres, compromissos e trabalho típicos do ano 4 adquirem uma conotação mais profunda, mais importante e mais espiritual. É uma grande chance para se demonstrar a própria natureza, se mesquinha ou generosa. Fase de se pensar grande, mas pensar em larga escala e em termos comunitários, não individualistas – embora a comunidade só possa ser respeitada quando as individualidades o são primeiro.