por Thaís Petroff
Se você perguntar para diversas pessoas o que elas almejam para suas vidas, a grande maioria dirá, como um de seus principais objetivos, ter um relacionamento amoroso.
Alguns buscam uma relação mais profunda e duradoura e outros relações mais breves e sem tanto envolvimento. Mas de maneira geral os seres humanos desejam ter alguém ao seu lado.
Se estar em um relacionamento amoroso é algo assim tão importante, por que então o que vemos por aí são tantos relacionamentos "desamorosos"?
É incrivelmente mais comum encontrar relacionamentos desarmônicos, disfuncionais, distantes e repletos de conflitos frequentes do que o contrário.
Sim, compartilhar um vida com alguém não é tarefa nada fácil. Tomar decisões conjuntamente, morar sob o mesmo teto e dividir a mesma cama, lidar com as manias do outro etc. Essas são apenas algumas das inúmeras questões que estão envolvidas no estar junto.
No entanto, se namorar, noivar e casar fosse percebido como algo tão ruim assim, esse não seria uma grande vontade de tantos. Mesmo quando alguém termina um relacionamento, seja ele breve ou longo, ainda assim, em sua maioria, vislumbra ter um outro e não ficar só.
O que acontece então que os anseios parecem tão diferentes da realidade?
O que percebo é que muitos de nós conseguimos, mesmo que com algum esforço, dar um jeito de funcionar razoavelmente bem na vida cotidiana quando não estamos em um relacionamento amoroso. Vamos varrendo alguns problemas e dificuldades para debaixo do tapete, saímos para a balada e esquecemos nossas angústias e sofrimentos, corremos com as coisas do trabalho e não sobra muito tempo para olhar para dentro de nós. E assim conseguimos levar o dia a dia, até que apareça alguém com quem desejamos passar mais tempo juntos. Geralmente após alguns meses ou semana (senão antes) a lua de mel do início já começa a se transformar num verdadeiro caos.
Alguns insistem em seguir em frente mesmo assim, e outros resolvem abrir mão, pois percebem o rumo pouco saudável que isso está tomando.
Sim, é provável e até esperado que diversos relacionamentos não vinguem, mas isso não quer dizer que os que terminam precisam fazê-lo por conta da relação ter se tornado prejudicial e, muito menos que os que vingam, tragam sofrimento para o casal.
Desentendimentos e discussões esporádicas são normais, todo dia, ou toda semana, não.
Afinal, o que ocorre então?
Na minha percepção é que as pessoas desejam muito ter um relacionamento amoroso, mas pouco se preparam para isso.
Quando alguém quer muito passar no vestibular para determinada profissão se dedica a isso: estuda bastante, presta atenção às aulas, faz cursinho.
Quando alguém quer subir de cargo em um empresa busca mais informações sobre essa posição, melhora seu networking com pessoas que possam auxiliá-lo nisso, faz sessões de coaching, implementa habilidades como idiomas ou inicia uma pós-graduação.
Por que então se o relacionamento amoroso é algo tão central e importante para tantos, essas pessoas não fazem nada ou quase nada para garantir o sucesso dessa empreitada?
O que difere essa meta de tantas outras?
Um bom relacionamento não se dá por sorte, mas sim por empenho de ambas as partes e, principalmente, por ambos estarem minimamente maduros, conhecedores de si mesmos e terem trabalhado seus pontos fracos.
Entre com o pé direito no seu novo relacionamento
Não faz parte do amor exigir que o meu companheiro ou companheira ature meu mau humor ou meu ciúme descomedido. Mas sim, faz parte do amor e da preparação para meu futuro relacionamento amoroso eu perceber que sou mal-humorado ou que sou muito ciumento, aceitar isso e procurar maneiras para melhorar. Posso fazer psicoterapia, buscar literatura a respeito, me inscrever em workshops que promovam autoconhecimento e me ajudem a desenvolver ferramentas para lidar com minhas dificuldades. O como não importa, o que importa é eu me empenhar em buscar estratégias que me auxiliem a ser alguém mais centrado, seguro, maduro e autoconsciente. Desse modo me preparo para construir relacionamentos mais saudáveis e com mais chance de sucesso.