Doenças nos obrigam a olhar para dentro de nós

Por Rosemeire Zago

Quando ficamos parados, estagnados, acomodados, muitas vezes recebemos sinais através de nosso corpo que é preciso fazer algo. Os sintomas, assim como as doenças, geralmente nos trazem uma mensagem que é preciso olhar para dentro de nós mesmos e perceber onde paramos, onde deixamos de crescer. Adoecemos quando nos desviamos da essência, da busca, quando deixamos essencialmente de trocar. Quando não há troca, se morre.

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Já percebeu que quando duas pessoas envolvidas emocionalmente param de trocar, o relacionamento adoece ou acaba? O mesmo acontece conosco. Quando surge uma doença é importante nos perguntarmos onde deixamos de trocar. Se há estagnação, não há evolução e surge a doença. O sintoma é uma denúncia que não está tendo troca em alguma área da vida. Qual? Observe sua vida e responda a si mesmo. Há seis instâncias humanas que refletem como estamos agindo diante da vida, elas são:

– físico
– sentimental/emocional
– espiritual
– profissional
– familiar
– social

Em qual área da sua vida não tem havido troca e crescimento? Será que está dando mais atenção a uma área, para fugir de outra que se encontra em conflito? Por exemplo, é muito comum uma pessoa trabalhar em excesso, saindo cedo e chegando tarde em casa, evitando se confrontar com as dificuldades que existem no ambiente familiar, ou até, se sobrecarregar, ter muitos compromissos, evitando pensar e entrar em contato com os próprios sentimentos. Pode também acontecer de um conflito familiar se refletir na relação afetiva. Ou ainda, um conflito interno e pessoal se refletir em outra área. Ou seja, há um conflito, ainda que não esteja sendo percebido ou vivenciado de maneira consciente, mas como nosso inconsciente sabe muito bem tudo que sentimos, ainda que neguemos, esse conflito pode se refletir em nosso físico.

O meio de expressão do corpo é a linguagem simbólica, apesar de que muitos jamais cheguem a compreender o que lhes diz o próprio corpo. E os sintomas são expressões simbólicas que, de forma violenta, violam e denunciam conflitos não resolvidos da alma. Mas muitas pessoas preferem tomar um comprimido a ter que se confrontar e aprofundar na busca das causas de seus conflitos. Escolhem “terceirizar” a responsabilidade da cura para o médico, os remédios, sem perceberem que a capacidade de cura está dentro delas mesmas. Mas quando um sintoma se manifesta no corpo, chama a atenção e interrompe muitas vezes a continuidade do caminho que estávamos até então percorrendo. Isso muitas vezes é um sinal de advertência, indicando que alguma coisa não está em ordem, não está havendo harmonia em alguma área de sua vida, ou ainda, como reflexo de todo um histórico.

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O sintoma nos avisa que estamos doentes e que o equilíbrio de nossas forças interiores está comprometido. É quando devemos desviar o olhar do sintoma e examinar tudo com mais profundidade, a fim de compreender para que o sintoma está apontando. O sintoma nos informa que está faltando alguma coisa. Isso nos leva a perguntar: “O que está faltando?” Ou, “estou no caminho certo?” Como disse o escritor Peter Altenberg: “A doença é o grito de uma alma agredida”.

Ao surgir uma doença, observe seus sintomas e pense onde sua alma foi agredida, e porque permitiu que isso acontecesse. Na verdade, quando ficamos parados, adoecemos porque existe algo mais forte, a nossa essência, o self, nosso verdadeiro eu, que nos impulsiona para o crescimento. Enquanto houver a negação do conflito, ele buscará uma forma de se manifestar com o intuito de ser confrontado e elaborado. Ou seja, as doenças e seus sintomas são sinais de alarme de nossa psique nos avisando que há algo muito mais profundo pedindo atenção. Cabe a cada um de nós entender a linguagem do próprio corpo.

 

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