por Gilberto Coutinho
Acreditava-se que as infecções da garganta (faringe) fossem causadas por bactérias, mas estudos recentes demonstram que os vírus se encontram envolvidos em grande número dos processos inflamatórios da garganta e são seus principais causadores.
Embora as infecções agudas da garganta não sejam comuns no primeiro ano de vida, podem ocorrer com mais frequência entre os quatro e sete anos de idade. Mais de 90% delas em adultos são de origem viral, e cerca de 10 a 25% da população são portadores de estreptococos do grupo A. Os vírus podem infectar a garganta, mas em geral não causam placas brancas e secreções purulentas nas amígdalas, o que acontece quando a infecção é bacteriana.
Comumente, a dor de garganta vem acompanhada de gripe ou resfriado, febre, mal-estar, náusea, dor de cabeça e desconforto corporal. A garganta torna-se vermelha, inflamada, e os gânglios linfáticos localizados no pescoço, inchados e sensíveis.
Quando bacteriana, apresenta-se um quadro agudo de febre elevada, em torno de 39 a 40°. Nas primeiras vinte e quatro horas, não existem sinais e sintomas faríngeos. Ao final desse período, começam a surgir os primeiros sinais de comprometimento da garganta e das amígdalas: ardor, sensação de garganta arranhada, dificuldade na deglutição, e seu aspecto pode variar de uma moderada congestão à vermelhidão, edema e lesões tanto da faringe como das amígdalas.
A dor de garganta é causada por faringite ou laringite?
Em geral, a dor de garganta pode encontrar-se associada aos seguintes quadros clínicos: faringite, laringite, amigdalite e tireoidite (inflamação da glândula tireoide).
Como diferenciar uma faringite de uma laringite?
Principalmente pela presença ou não de rouquidão, que é um sintoma típico do comprometimento da laringe. Em outras palavras, se há rouquidão, está-se diante de um quadro de laringite. Na faringite, geralmente, os sintomas são: dor e irritação da garganta, dificuldade em engolir os alimentos e sensação de desconforto respiratório. Na laringite: dor de garganta menos intensa, tosse e rouquidão.
A dor de garganta precisa ser tratada com antibiótico?
É importante ressaltar que os antibióticos são indicados nas infecções bacterianas; e são ineficazes no combate aos processos inflamatórios virais. Sua utilização pode causar resistência bacteriológica, deprimir a imunidade e matar as bactérias benéficas que vivem nos intestinos e controlam a proliferação dos fungos. Portanto, utilizá-los de forma inadequada torna-se a ação terapêutica ineficiente, principalmente quando se está diante de um quadro severo de infecção bacteriana.
Aproximadamente, em mais de 20% dos pacientes, a penicilina não elimina por completo os estreptococos. Sempre sob rigorosa orientação terapêutica, o uso de antibiótico deve ser reservado àqueles casos em que a infecção é causada por estreptococos (bactérias) e quando existir história anterior de febre reumática (por infecção nas articulações) ou inflamação dos glomérulos renais (glomerulonefrite).
Existem excelentes remédios naturopáticos, elaborados a partir de plantas medicinais, com propriedades anti-inflamatórias, antibióticas e estimuladoras da imunidade. Além do combate à infecção, é muito importante a estimulação e a melhoria da imunidade.
Terapêutica
Repousar no leito.
Ingerir grandes quantidades de água e sucos de vegetais.
Eliminar a ingestão de açúcar para menos de 50 gramas por dia, pois a ingestão de 100 gramas de carboidratos como glicose, frutose, sucrose, mel e suco de laranja reduz temporariamente a capacidade dos glóbulos brancos de engolfarem e destruírem as bactérias; isso ocorre pela competição entre a glicose sanguínea e a vitamina C em sua membrana. Esse efeito inicia-se em menos de 30 minutos após a ingestão de carboidratos e dura por mais de cinco horas. Pode-se concluir que durante uma infecção isso seja desfavorável à recuperação da saúde.
Sempre sob orientação e acompanhamento terapêuticos, a estimulação e ampliação da imunidade se fazem necessárias nos casos de infecção da garganta por estreptococos ou faringite viral.
Remédios botânicos
Hydrastis canadensis (Hidraste ou Botão-de-ouro) tividade antibiótica contra uma ampla variedade de microrganismos nocivos, entre os quais os estafilococos e os estreptococos;
Echinacea purpurea (Equinácea) potente atividade imunoestimulatória, auxilia na neutralização dos vírus, na destruição das bactérias e no aumento da migração de leucócitos (células brancas) para áreas infectadas;
Tebebuia heptaphylla (Pau-d' arco): indicado nas faringites, infecções gastrintestinais (contra cepas de Helicobacter pilori), diurético, antipirético (antifebril), estimulante das defesas orgânicas;
Glycyrrhiza glabra (Alcaçuz): efetiva no combate das infecções das vias respiratórias (faringite, pneumonia e bronquite), impede a supressão da imunidade e apresenta atividade antibiótica contra estafilococos, estreptococos e Candida albicans (fungo);
Allium sativum (Alho): o princípio ativo alicina é um antimicrobiano efetivo contra os estreptococos; Gargarejo com extrato de própolis (antisséptico);
Suplementos nutricionais
Vitamina C; Zinco (indicado nos quadros de gripe, infecções em geral, febre e imunodeficiências); Betacaroteno e Bioflavonoides.