Dúvida e certeza são dois lados da mesma moeda. Dois aspectos do mesmo não. Você diz “sim” ou “não” para quê? Qual é a dimensão, o tamanho, desse “sim” ou desse “não”? Você consegue assimilar e sintetizar a dúvida e a certeza e, em seguida, esvaziá-las e ir para a totalidade? Você está poroso, receptivo à dúvida e à certeza?
As ausências são mais misteriosas que os excessos, pois os excessos são visíveis. As ausências ocorrem por ignorância ou por bondade. As ausências por bondade são aquelas em que nos esvaziamos para que algo maior seja em nós. Maria se esvaziou para que o divino pudesse ser. As ausências por ignorância são aquelas que se preenchem por acréscimo da graça, na mesma e justa medida em que cumprimos aquilo que nos cabe.
Dúvida e certeza são dois lados da mesma moeda. Dois aspectos do mesmo não. O não para algo que sou incapaz de conceber e o não para aquilo que desafia meus pressupostos. Apenas o talvez e a pergunta, que nasçam da dúvida que assombra uma mente pura e disponível a perceber-se equivocada, define o humano digno de saber e conhecer. A porosidade deve vir em socorro da impermeabilidade para que a sabedoria vivifique o conhecimento.