É benéfico que pai e mãe desempenhem os dois papéis

Da Redação

A nova mulher já não é mais aquela que iniciou o movimento feminista, que lutava pela libertação de conceitos que a aprisionavam nas relações afetivas e que se sentia oprimida a condutas prestabelecidas.

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O novo homem, já não é mais aquele que ficou estático perante à transformação feminina, que negou todas suas mudanças ou resistiu intensamente a todas as alterações da mulher, mantendo-se em uma atitude machista, com muito receio dos rumos que essas condições ofereciam.

Podemos ainda estar distantes de uma sociedade igualitária, mas as mudanças femininas atualmente, já estabelecem conquistas e posturas na vida social e afetiva que ocasionaram um efeito benéfico aos homens. O homem contemporâneo e evoluído já aceita e deseja a mulher que trabalha fora, que sabe discutir assuntos generalizados, que divide a educação dos filhos e que compartilha o orçamento doméstico. Muitos homens já confirmam a admiração que sentem por suas mulheres quando são questionados sobre elas.

Lembro-me de dois homens, em um grupo exclusivo de homens, que me diziam admirar muito suas mulheres pelo fato de trabalharem e saberem educar tão bem as crianças. Eles ainda comentavam que ainda não se sentiam capazes de realizar tão bem essas duas atividades.

Se homens e mulheres quiserem percorrer caminhos juntos, ninguém pode ficar parado perante todas às mudanças que a sociedade nos oferece. Todos os valores são dinâmicos e vão variando de acordo com os costumes. O simples ato de caminhar e se atualizar perante às relações são uma evolução que não força a nenhum compromisso, mas sugere uma relação de igualdades ou de semelhanças.

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As relações de gênero sugerem que tanto a ética quanto a moral são produtos de uma sociedade que tenta manter uma organização ideal. Toda civilização contém regras que configuram o paradigma que ampara o gênero humano. São valores dinâmicos e não estáticos. As novas condutas trouxeram um grande crescimento a ambos os gêneros (masculino e feminino). Os papéis não se inverteram como muitas pessoas sugerem, mas se complementaram.

Benefícios

Os homens puderam permitir à mulher que percebessem a existência de um grande potencial de funções que existia adormecido dentro delas (ou talvez oprimido, seja mais adequado, não sei…) e os homens puderam perceber a existência de um grande potencial afetivo (talvez congelado, não sei..), tão indisponível devido às suas responsabilidades como provedor familiar.

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Se por um lado as mulheres se sentem mais sobrecarregadas pelo fato de terem adquirido múltiplas funções, por outro, estão mais aliviadas por não carregar exclusivamente a responsabilidade dos insucessos em relação à educação dos filhos. Outro benefício foi aos filhos que absorviam anteriormente apenas um modelo de educação e um exclusivo de profissão. Hoje em dia, existem esses dois lados e podem ter a oportunidade de ter dois códigos de funcionamento diferentes vindos do pai e da mãe.

As mulheres puderam aliviar-se da sobrecarga depositada sobre elas do intitulado instinto maternal, algo tão questionado nos dias de hoje e os homens puderam descobrir o potencial paternal e exercer essa função anteriormente tão direcionada às mulheres. A corresponsabilidade de atitudes é uma proposta que tem uma ressonância importante sobre os filhos.

Como conseqüência de toda essa situação, hoje nos deparamos com casais separados judicialmente, que estão submetidos à guarda compartilhada dos filhos, indicação que sugere a presença de ambos os genitores na condução da criação dos mesmos. Se ambos, tanto o pai como a mãe, estiverem em condições psicológicas, sem comprometimentos de violência, alcoolismo, drogas ou outros fatores patológicos graves, é uma indicação sustentável e adequada onde confirma o papel masculino na educação de seus filhos e a possibilidade da mulher dividir essa função sem culpa.

Os casais que puderam construir a possibilidade de serem diferentes em sua maneira de ser, de comportar-se , de relacionar-se e de ser pai e mãe, poderão crescer ainda mais como seres humanos e transformarão seus filhos em melhores indivíduos sociais, pois saberão acompanhar as diferenças e semelhanças que os filhos também apresentam, sejam eles homens ou mulheres.

Fonte: Marisa Micheloti