por Emilce Shrividya Starling
Tenho percebido que o maior problema da maioria das pessoas que sofrem muito e têm muitos problemas é a autorrejeição, é não se aceitarem, é não gostar de si mesmas.
Muito dos problemas físicos, emocionais, sociais e espirituais vêm da ausência de amor a si mesmas.
Alguns chegam até a odiar a si mesmos, e para se punirem se destroem com drogas, abuso de bebidas alcoólicas, fumo ou excesso de alimentos. Enquanto não se amarem e se aceitarem continuam com esses hábitos e padrões destrutivos.
E importante compreenderem que ninguém pode ajudá-los, enquanto não pararem de se autopunir e começarem a ver suas qualidades, seu lado positivo, sua própria luz. Muitas tentativas são feitas para se livrarem de seus vícios, mas os resultados são temporários. Logo desistem achando que não têm força de vontade suficiente, que são fracos e isso os leva ainda mais para a baixa autoestima, reforçando a rejeição por si mesmos.
Quando o amor está presente, é incrível como as pessoas melhoram, se libertam de estados depressivos, ou se curam de doenças.
Para conseguir se amar, o primeiro passo é parar de se autocriticar, pois a crítica reforça o ego negativo e nos deixa presos aos problemas.
Não precisamos melhorar em nada, nem perder peso, nem conseguir o melhor emprego, a melhor nota na prova, nem comprar um carro novo ou um apartamento, ou um novo relacionamento para amar a nós mesmos, pois o amor verdadeiro é incondicional. Quem coloca condições para se amar, sempre estará colocando novos objetivos ou razões para ainda não ficar satisfeito consigo mesmo.
Mas nos aceitando não significa que não iremos nos modificar. É bom entender a diferença entre aceitação e resignação. Resignar-se é ficar apático, sem ação, sem transformações. Aceitar-se é muito positivo, é abrir-se às possibilidades, às modificações necessárias para a evolução e felicidade.
É importante deixar de sermos rigorosos conosco mesmo em nossos pensamentos e atitudes. Muitos de nós falamos sempre que devemos fazer isto e aquilo, devemos nos alimentar bem, devemos fazer caminhadas, devemos fazer exercícios, devemos meditar…e deixamos de viver de maneira mais leve e natural, aproveitando a vida como ela é.
Isso não significa não ter disciplina e fazer o que quer, mas sentir prazer em fazer caminhadas, sentir prazer em meditar e fazer hatha yoga, sentir prazer em trabalhar, gostar do que faz, aproveitar as coisas como são e não como gostaríamos que fossem.
Muitas doenças e problemas são criados dentro de nós mesmos e podemos aprender com o sofrimento, porém seria muito melhor se pudéssemos aprender através do amor, da aceitação, da valorização de nós mesmos.
Todos nós temos escolhas e precisamos contemplar com sinceridade: "Quero ficar curado? Quero acabar com esse problema ou prefiro continuar assim?".
Muitos terapeutas e psicólogos podem nos ajudar no autoconhecimento e a encontrar o caminho do equilíbrio, porém somente isto dará resultado quando nós nos amarmos de verdade, pois somente assim paramos de criar problemas para nós mesmos.
Precisamos contemplar nossos pensamentos, nosso modo de viver e compreender que os problemas mostram os pontos onde ainda não estamos em harmonia.
Perceba se a lei de universo de dar e receber está em equilíbrio em seu modo de viver. Lembre-se do preceito do dharma – sua missão positiva na vida. Faça aos outros o que gostaria que fizessem a você. Trate os outros como você gostaria de ser tratado. Essa lei é o ponto-chave para amar e ser amado.
Todos nós queremos ser reconhecidos, respeitados e amados, porém só vamos conseguir isto quando nós nos amarmos e amarmos também os outros. Deste modo distribuiremos alegria e felicidade e receberemos alegria e felicidade. E, poderemos assim estar fazendo algo positivo para a paz ao nosso redor, a paz em nosso ambiente de trabalho, a paz em nossa família.
Quando paramos de nos autocriticar, o próximo passo é sermos pacientes, tolerantes e bondosos para conosco. É entender que podemos errar, aprender, errar novamente e aprender cada dia um pouco mais.
Outro passo essencial para sentir amor por nós mesmos, é descobrir nossas qualidades e nos elogiar com sinceridade. A autocrítica nos diminui, nos leva para baixo, enquanto que o elogio nos eleva, aquece nosso coração e nos motiva a seguir adiante.
Também é importante a agradecer a nós mesmos até pelas pequenas coisas que fazemos, pois isto gera autoconfiança e autoestima elevada.
Quando nos amamos valorizamos nosso corpo e aprendemos como cuidar dele através da alimentação correta, de exercícios, caminhadas, hatha yoga. Valorizamos também nossa mente e compreendemos a necessidade de meditar para acalmar e limpar a mente dos padrões e hábitos negativos.
Como diz Louise Hay em seu livro, Você pode curar sua vida, você pode fazer afirmações diárias, ao levantar de manhã, diante de um espelho, olhando em seus próprios olhos: "Eu amo você. O que posso fazer hoje para deixá-lo feliz? Apesar de ser uma prática tão simples isto é muito bom para nos libertar da auto-rejeição.
O médico, de cirurgia geral e terapeuta, Bernie Siegel ensina a seus pacientes exercícios para a auto-imagem, como este de se sentar diante de um espelho durante alguns minutos, duas vezes ao dia, e dizer: "Você tem olhos bonitos, um sorriso atraente e eu amo você".Ou ele sugere atividades como meditação, oração, música, canto e riso. Ele diz que abraça seus pacientes e faz com que se sintam amados por ele e que isso faz toda a diferença. Eles voltam agradecidos por ele gostar deles e começam a perguntar o que podem fazer por si mesmos, eles começam a amar a si mesmos.
Siga esse exemplo tão bonito e comece a abraçar mais seus familiares, seus amigos, seus alunos, seus pacientes, seus empregados, seus patrões e comece a distribuir amor e felicidade. Fique em paz! Deus em mim saúda e abraça Deus em você!