por Saulo Fong
Frequentemente, escuto a associação de algum comportamento no campo afetivo com o nível de maturidade emocional. É comum também encontrar tal associação até mesmo em algum artigo ou livro de terapeutas, psicólogos ou psicanalistas.
É importante deixar claro que essas associações são apenas generalizações e opiniões de cada profissional baseado nas próprias crenças e valores.
E o que acontece quando as crenças e valores pessoais de um profissional não são os mesmos das crenças e valores pessoais de um cliente?
É comum alguns profissionais tentarem enquadrar o cliente nos seus próprios modelos mentais utilizando a questão da maturidade emocional como estímulo para causar alguma pressão interna no paciente. Essa atitude pode gerar culpa ou sentimento de inadequação.
Observo muito esse tipo de comportamento principalmente nos profissionais que atendem pessoas com conflitos de relacionamento. É comum para esses profissionais associar pessoas que mantêm um relacionamento afetivo tradicional longo com um alto nível de maturidade emocional, enquanto pessoas que não mantêm um relacionamento afetivo tradicional ou que se relacionam afetivamente com mais de uma pessoa como tendo um baixo nível de maturidade emocional.
Ao invés de julgar o nível de maturidade emocional com a duração de um relacionamento, eu particularmente associo a maturidade emocional com a capacidade de manter a paz interior e a serenidade em situações de conflito, sejam elas quais forem.
Há pessoas que mantêm um relacionamento afetivo por anos, mas perdem a tranquilidade e o equilíbrio em qualquer situação de conflito, da mesma forma que pode haver pessoas que mantêm diversos relacionamentos afetivos, mas mantêm seu equilíbrio e serenidade em situações de estresse.
Essa visão está unicamente baseada também na minha experiência, crenças e valores pessoais. Cabe apenas a você escolher ou decidir qual é a visão que lhe faz mais sentido ou não.