Independente de você recusar ou não, essa situação precisa ser avaliada com racionalidade. Veja nesse post uma lista com 12 pontos envolvendo essa questão.
E-mail enviado por uma leitora:
“Não quero revelar onde trabalho, mas estou nessa empresa há 4 anos, e até agora satisfeita. Mas caiu uma bomba sobre minha cabeça… Minha supervisora me disse que querem me remanejar para uma outra cidade, coisa impensável por mim, pelo menos até ontem… Posso recusar ou haveria outra saída para esse dilema? O que vocês poderiam me orientar? Qualquer orientação será muito bem-vinda! Muito obrigada!”
Resposta: “Coisa impensável por mim, pelo menos até ontem…”
Essa frase, de todo o seu relato, foi a que mais me chamou a atenção.
Muitas vezes deixamos a mudança passar e não abraçamos algumas coisas, por puro medo, por não crermos que há um Deus que cuida de nós e por nos acharmos incapazes. Pensamos que estamos bem, mas, será que não podemos melhorar?
Veja, não estou dizendo que deve aceitar, isso só você sabe, estou sugerindo que saia da emoção (a alma atrapalha nas decisões) e analise os pontos dessa questão com mais razão.
Para te ajudar, preparei uma lista:
1) Por quais motivos decidiram lhe fazer esse convite? Qual a necessidade de ser você? Haverá promoção? É uma área que será implantada, renovada? Somente é possível você realizar esse trabalho presencialmente?
Analise o contrato de trabalho, converse com o líder, dialogue sem medo, afinal, seria uma grande alteração na sua vida atual, você tem que ser tratada com transparência e respeito.
2) Qual é o seu objetivo de carreira? E quais são as suas pretensões para a vida pessoal?
Obviamente, esse tipo de situação precisa ser programada para acontecer de uma forma tranquila.
Então, o primeiro passo é começar pensando o que você verdadeiramente deseja para a sua vida, entendendo sonhos, metas e até mesmo, novas possibilidades.
É possível checar se existe a chance de ficar um tempo trabalhando no local, não de forma definitiva num primeiro momento e depois voltar se não se adaptar? É definitivo? Exija respostas claras e deixe tudo registrado por escrito, nada acordado apenas verbalmente.
3) Haverá apoio financeiro para a mudança? Quais serão os custos? Você mora em cada própria aqui? Consegue deixar alugada? Você terá que arcar com todas as despesas? Qual o custo de vida nesse novo local? É muito distante? Você tem filhos, dependentes, pets?
4) Qual é a sua personalidade? Isso mesmo! Você é do tipo que gosta de mudanças, se adapta com lentidão, tem pavor de alterar a sua rotina?
5) É possível passar um tempo na nova cidade para ver se você se adapta?
Tudo deve ser avaliado, desde arredores do local de trabalho, possibilidades de moradia, lazer, saúde, segurança, condições de transporte, estacionamento etc. Fale com todos que puder, converse com quem já fez essa mudança, com quem é da cidade, outros funcionários.
6) Você se adaptaria, por exemplos, aos horários e costumes locais? Quando eu viajava todo o Brasil a trabalho, me lembro de chegar por volta de 20h em determinada cidade do Sul do país e não ter mais absolutamente nada para comer, nenhum local aberto.
Para quem é de SP, 20h00 é o horário que o pessoal está decidindo para qual restaurante vai. Imagina dormir com fome! Fui salva por um morador da região que me falou de um único lugar que ficava aberto até às 21h00! Jamais esquecerei dele!
Portanto, você estará indo para um local mais ou menos parecido com o atual? Está aberta a grandes mudanças?
7) Quais são os desafios do trabalho? As oportunidades de aprendizado? É possível pleitear aquele MBA com o qual que vem sonhando? O custeio das aulas de idiomas? Negociar alguns benefícios?
8) Pare para pensar que você não nasceu pregada onde está e pode muito bem experimentar novos locais e culturas. Você poderá criar rotinas, viver diferentes situações, conhecer pessoas. Sem dúvida será um profundo processo de autoconhecimento e amadurecimento! Mas, é isso o que você deseja sinceramente?
9) Não precisa ser para sempre e você pode deixar passar a única oportunidade que teria de experimentar algo novo na carreira.
Pense que nas primeiras vezes em que fez tudo na sua vida, desde começar o ensino médio, a faculdade, iniciar um relacionamento, chegar em um novo local de trabalho, ter um filho ou ainda mudar de bairro. Para tudo teve uma primeira vez e uma fase de adaptação.
10) Avalie a solidez da empresa, cultura da filial, momento econômico do segmento e do pais, bem como a sua saúde financeira. Já vi pessoas que se deram muito mal nessas mudanças, mas também outras que tiveram grandes avanços em termos de carreira após aceitarem esse tipo de proposta.
11) Considere buscar um novo emprego, sem ficar presa a essa decisão, mas, tentando encontrar novas chances na região de moradia atual. Por que não mudar de empresa? Essa é a única empresa na qual pode trabalhar? Se te demitirem, consegue ficar buscando recolocação sem desespero por um tempo? Veja se isso seria possível no máximo a médio prazo, entenda as suas reservas financeiras e faça as contas!
12) Por fim (mas talvez o mais importante para fazer tudo isso funcionar sem pirar), entenda as suas condições emocionais e motivações para a mudança, pense se você gosta dessa empresa, atividade, liderança (você conhece a nova chefia e os colegas?), oportunidades de crescimento e coloque tudo o que sugeri no papel, jamais decidindo precipitadamente ou ainda pela pressão externa.
Sucesso! Seja indo ou ficando!