Entenda a aromacologia, o estudo dos efeitos dos aromas

por Alex Botsaris

Aromacologia é uma ciência recentemente desenvolvida para estudar o efeito dos aromas sobre a mente humana.

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O que permitiu o desenvolvimento da aromacologia foi, de um lado, a demanda crescente de informações científicas por parte da indústria de cosméticos e perfumaria, e, de outro, um avanço das tecnologias de investigação e diagnóstico dos processos cerebrais. Os estudos feitos pela aromacologia vieram confirmar o que a medicina tradicional já dizia, através da aromaterapia: os aromas podem causar efeitos intensos no organismo humano, em especial no cérebro.

Curiosamente, há um aparente conflito entre aromaterapia e aromacologia, mesmo que as duas cheguem a conclusões relativamente parecidas sobre os mesmo aromas. Os aromaterapêutas costumam alegar que a aromacologia é limitada e deixa muitos efeitos dos óleos essenciais sem explicação. Eles se queixam também que a aromacologia se interessa unicamente pelos efeitos mediados através do nervo olfativo, deixando outras ações dos óleos essenciais de lado. Conflitos à parte, as conclusões dos estudos são muito interessantes e valem ser reveladas.

O óleo essencial mais estudado é o de lavanda. Ele reduz a ansiedade, melhora o humor, a qualidade do sono, combate a depressão e relaxa a musculatura. Da mesma forma que a lavanda, outros óleos essenciais como o jasmim, a flor de laranjeira e o capim-limão revelaram um efeito semelhante, gerando redução da ansiedade e melhora do humor. O aroma de lavanda demonstrou resultado no tratamento de casos leves de ansiedade e depressão em séries clínicas controladas.

Do outro lado dos aromas relaxantes, encontram-se os estimulantes. Os mais estudados foram o de hortelã, canela e alguns aromas cítricos. Eles atuam no cérebro aumentando as funções cerebrais, o que resulta num aumento generalizado do fluxo de sangue e do consumo de oxigênio. Acompanha essas modificações no cérebro uma sensação de disposição física e mental, melhora da sonolência e vigor para o trabalho. Um despertador usando aromas de pinho e eucalipto, dois outros aromas (segredo industrial) com ação estimulante, se mostrou eficiente em terminar o ciclo do sono e despertar as pessoas sem o incomodo ruído tradicional.

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Alguns dos aromas estimulantes fazem mais que um estímulo generalizado do cérebro. Eles melhoram a memória e a capacidade de raciocínio, gerando impactos positivos no desempenho do trabalho e na realização de tarefas complexas como operações de álgebra. Voluntários submetidos ao estimulo olfativo com óleo de menta melhoraram sua capacidade de realizar tarefas em matemática. Em outro estudo, a introdução do odor de canela num ambiente de trabalho resultou em maior produtividade.

Outro aspecto mais específico de alguns aromas estimulantes é o aumento da libido e mudança no comportamento sexual. Aromas cítricos por exemplo, são acompanhados por um aumento do desejo sexual, e por uma sensação de calor no corpo, motivo pelo qual a indústria da perfumaria os classifica como “quentes”. Outros aromas como o de rosas e da flor oriental ylang-ylang (também conhecida como cananga do japão) são capazes de modificar a apreciação do que é chamado de “bonito” ou “sexualmente atraente” por voluntários.

As pesquisas ainda revelaram que os aromas influenciam muito o comportamento social. A simples percepção de um aroma ser agradável ou desagradável gera uma atividade em diferentes áreas do córtex pré-frontal, uma parte do cérebro responsável pelas relações sociais e interpessoais. A presença de vários aromas agradáveis como uma fragrância de perfume, torna a pessoa mais sociável e menos agressiva.

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Aromas ainda interferem de forma significativa com o aparelho digestivo, a busca por alimentos e até mesmo o metabolismo. Como diz a linguagem popular, um bom cheiro de comida dá água na boca. Não só as glândulas salivares podem ser estimuladas pelos aromas, como a secreção estomacal, pancreática e intestinal, além de mudanças em hormônios digestivos e mobilidade visceral, conhecida como movimentos peristálticos. Um estudo recente mostrou que os terminais olfativos possuem receptores de hormônios como grelinas, adiponectina e leptina, que estão implicados na regulação do metabolismo do organismo.

Por fim, alguns óleos essenciais exibem uma atividade antiestresse, reduzindo mediadores como cortisol e fibrinogênio no sangue, e com isso gerando um impacto positivo na imunidade a médio prazo. Considerando todos os efeitos benéficos que os aromas podem causar no organismo, alguns pesquisadores afirmam que no futuro haverá um espaço para sua aplicação em várias doenças, ou na manutenção da saúde e prevenção de males do estresse.

Entenda a aromacologia, o estudo dos efeitos dos aromas

por Alex Botsaris

Puxa, será que você se esqueceu de alguma coisa hoje? Pois é, cada vez mais precisamos da nossa memória. Como a vida está mais e mais corrida e exigente, ela começa a falhar e você se questiona o que fazer para trazer à mente o nome daquela pessoa que está bem diante de seus olhos e te cumprimenta na rua.

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Por isso os cientistas intensificaram muito a pesquisa sobre tratamentos para melhorar a memória.

A memória é uma função complexa que envolve o cérebro como um todo, através de várias. redes neurais e, finalmente, de um processo de transformação da memória *provisória em definitiva, de forma difusa, nos **neurônios corticais. Se envolve tantas vias nervosas e processos, há também uma variada possibilidade de uso de recursos naturais para potencializá-la, que os cientistas já identificaram. Se você conseguir lembrar-se de utilizá-los regularmente, sua memória poderá melhorar. Por outro lado, no ambiente comercial leigo, surgem também muitas dicas falsas e receitas sem comprovação. Vou contar a vocês o que existe de mais consistente.

Se você tem bons hábitos de vida, não fuma e faz exercícios regularmente, já ajuda muito. Exercícios regulares melhoram o sono e potencializam a memória. A nicotina do tabaco contrai as pequenas artérias, e com o passar do tempo pode causar aumento da pressão arterial e dificuldades na circulação cerebral.

Aterosclerose cerebral

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Em pessoas idosas a aterosclerose cerebral é uma das causas mais frequentes de redução da memória, e pode ser prevenida com exercícios e uma alimentação saudável. Um tempo de sono suficiente e adequado também faz muita diferença. Durante o sono profundo consolidamos a memória, ou seja, ela passa de provisória à definitiva. Muitos casos de memória ruim podem resultar de um período de sono insuficiente. Segundo alguns estudiosos no assunto, uma redução de apenas duas horas de sono pode comprometer a habilidade para lembrar de informações simples no dia seguinte.

Aliados importantes das pessoas que usam muito a memória são as vitaminas e nutrientes que o cérebro precisa para trabalhar. Uma suplementação desses produtos pode causar uma sensível melhora, especialmente nas pessoas com deficiência de algum fator. Entre os principais nutrientes da memória temos a vitamina B12 (ciano-cobalamina), a vitamina B6 (piridoxina), vitamina B1 (tiamina), aminoácidos (fenilalanina e triptofano), minerais (magnésio, zinco, manganês) e alguns lipídeos essenciais (como fosfolipídeos, especialmente a fosfatidilserina; e os ácidos ômega 3 de cadeia longa EPA e DHA)

Estudo

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Por exemplo, um estudo realizado na Health Sciences and Nutrition, da Austrália, examinou associações entre uma dieta rica em vitaminas B-12 e B-6 e o funcionamento da memória auto-relatado por homens e mulheres de meia-idade. Nas mulheres, há uma melhor resposta cognitiva com as doses diárias moderadas, enquanto que nos homens em doses mais altas que as recomendadas na Austrália.

Outro grupo que ganha destaque na melhoria da memória, dia após dia, são os fitoterápicos. Devido à notoriedade popular dos efeitos dos extratos de ginseng e de ginkgo biloba, cientistas do Departamento de Psicologia da Umea University, Suécia, avaliaram voluntários saudáveis por um longo período a fim de saber se esses fitoterápicos tinham realmente efeitos positivos no desempenho da aprendizagem e da memória. Eles concluíram através de oito testes de memória, que os estudos apontam a ação dos extratos.

Já no Departamento de Geriatria do Hospital Whittington, de Londres, foram avaliados 31 pacientes acima dos 50 anos e mostrando um suave grau de memória debilitada. O grupo foi dividido aleatoriamente e a parte que consumiu a ginko biloba teve um desempenho melhorado significativamente em 24 semanas sobre aqueles que ingeriram placebo. Além desse estudo, existem outros trabalhos sugerindo que ginseng e ginkgo biloba melhoram a memória, e tudo leva a crer uma planta potencializa o efeito da outra.

Além desses mais clássicos e conhecidos, surgiram na literatura médica mundial evidências de outros extratos que podem melhorar a memória e a capacidade cognitiva do cérebro. Uma é o de uma líquem de origem chinesa, a Huperzia serrata, que tem atividade anti-colinérgica, e por isso aumenta a quantidade de acetilcolina no cérebro, um neurotransmissor essencial para a memória.

Estudo no Brasil

No Brasil a Universidade do Rio grande do Sul tem estudado a marapuama (ptycopetalum olacoides), que está surgindo também como ativo que pode potencializar a memória. Ela ativa as redes de neurônios corticais além de inibiruma enzima chamada acetilcolinesterase, o que aumenta a disponibilidade de acetilcolina nos neurônios.

Os extratos vegetais, como o chá verde e guaraná compostos por xantinas, como a cafeína, foram investigados na sua capacidade de melhorar a memória e o raciocínio. Contudo, a maioria dos estudos que avaliam os seus efeitos usa a cafeína pura em doses acima das consumidas normalmente na vida diária. Como ela é encontrada em diversas bebidas, frequentemente com outros ingredientes, como as vitaminas, especialistas do departamento de psicologia da Earley Gate, no Reino Unido, resolveram avaliar também as bebidas cafeinadas.

Eles realizaram um estudo com 42 participantes e perceberam uma melhora da atenção e do raciocínio verbal, em relação as pessoas que consumiram durante os testes uma bebida qualquer sem açúcar ou açucaradas. Vale lembrar que essas pessoas estavam com abstinência de cafeína. Os pesquisadores concluíram que nenhum efeito na memória foi encontrado e, além disso, que doses moderadas de cafeína podem melhorar processos de informação em indivíduos que não poderiam ter estado com essa substância retirada.

Há também atitudes simples para ativar a memória. Para armazenar algo nela por um longo período, é interessante realizar revisões intervaladas. Por exemplo, entrar em contato com a mesma informação após 10 minutos, um dia, uma semana, um mês e seis meses. Além disso, as palavras-cruzadas e jogos de memória também são úteis para exercitar a mente.

*Memórias provisória e definitiva: provisória é como, por exemplo, um número qualquer que você guarda provisoriamente e depois esquece. Definitiva seria, por exemplo, o número do telefone da sua casa que você nunca esquece.

**Neurônios corticais: os neurônios que estão no cortex cerebral, parte mais desenvolvida e nobre do cérebro, onde os estímulos são conscientes.