por Alex Botsaris
A demanda por uma medicina mais humana e menos intervencionista, mais focada na saúde que na doença, não para de crescer. Com isso busca-se novos caminhos para organizar o conhecimento científico de forma a torná-lo mais proveitoso para os usuários da medicina. Um dos caminhos que surgiram nos últimos anos é o da medicina funcional.
O que é medicina funcional?
Podemos enxergar a medicina funcional como uma extensão da medicina ortomolecular, entretanto seu conceito é mais interessante e atual, e não se restringe à terapêutica com alimentos e vitaminas. Na medicina funcional o objetivo é focar no funcionamento normal do organismo, tornando o mais eficiente e menos sensível a desequilíbrios.
Diferente da medicina ortomolecular, que só considera os aspectos bioquímicos da fisiologia, a medicina funcional entende que o bem-estar mental e espiritual fazem parte da saúde e por isso devem ser objetos de atenção do médico e de ações terapêuticas se for considerado necessário.
A medicina funcional se preocupa muito também com a alimentação e o funcionamento digestivo. O sistema digestivo assim como o sistema nervoso, são fundamentais para a boa saúde, e a fonte de muitos desequilíbrios que poderão se transformar em doença, caso não sejam corrigidos. Nesse contexto há uma valorização de sintomas subjetivos e sem gravidade que em geral são deixados de lado pelo médico convencional.
Foco da medicina funcional
O foco da medicina funcional é atuar melhorando o funcionamento normal do organismo, chamado de fisiologia pela medicina. Com isso alguns sistemas são muito importantes e merecem especial atenção. Um dos sistemas que a medicina funcional se preocupa mais é o sistema imunológico, porque as evidências científicas são que muitas doenças como câncer e doenças autoimunes, derivam de mal funcionamento desse sistema. Há também muita preocupação com prevenção para o sistema cardiovascular, já que as doenças desse sistema são as que mais matam os seres humanos.
Doença é vista como mensagem: oportunidade de mudança
Um dos pontos mais interessantes e mais avançados da medicina funcional é o seu conceito de doença. A doença não é vista como um problema, mas sim como uma mensagem e oportunidade de mudança. O paciente, quando fica doente, é porque seu corpo está dizendo que há algo errado na sua maneira de viver e se cuidar, e que isso precisa ser mudado. Essa mudança é o tratamento em si, e é fundamental para que seja possível uma cura de verdade.
Por isso em seus tratamentos a medicina funcional utiliza conhecimentos de várias medicinas complementares como fitoterapia, alimentação e acupuntura. Isso não significa que medicamentos convencionais não sejam também utilizados, se necessário. A medicina funcional utiliza muito de conhecimentos de genética, imunologia, nutrição, toxicologia ambiental, ecologia, clinica médica, medicina chinesa e outras medicinas complementares, psicologia, medicina ortomolecular, fisiatria, reeducação postural, osteopatia, entre outras.
Já existem alguns profissionais, em especial no eixo Rio-São Paulo usando e medicina funcional, mas nos Estados Unidos e Europa é possível observar estruturas mais formais e organizadas, incluindo ensino e publicações científicas.