por Elisandra Vilella G. Sé
A inteligência é uma característica do ser humano. É a capacidade global do indivíduo para pensar racionalmente e agir no seu ambiente e inclui todas as habilidades da mente. Por isso são muitas as competências intelectuais que adquirimos ao longo da vida. Dentre elas estão, a expressão e a compreensão verbal, o manuseio de objetos, a flexibilidade de pensamento, a criatividade, o raciocínio lógico, a formação de conceitos abstratos, a formação de opinião, a indução, a inferência, a capacidade de estimativa, de julgamento, a de lidar com números, atenção, percepção e memória.
Assim a inteligência pode ser definida também como a maneira como nós pensamos sobre algo e como conhecemos as coisas, nossa habilidade para apreender significados, fatos e verdades, lembrar de experiências, entender o mundo social, as regras, entender também a si mesmo e a maneira de governar a vida. Inteligência significa nossos processos mentais, é considerada a base da aprendizagem e envolve a memória.
Todas as capacidades que adquirimos desde a infância e na adolescência vão se aperfeiçoando ao longo da vida e seu ápice ocorre na vida adulta. A inteligência muda ao longo da vida. Mudanças que ocorrem nos comportamentos, geram outros comportamentos que costumamos chamar de inteligentes. Cada vivência do mesmo tipo de situação, leituras, conversas e desafios experenciados são atualizados e ou reformulados a todo o momento, o que implica o crescimento de nosso conhecimento de mundo, nossos conhecimentos episódicos, lingüísticos, procedurais (agir em situações particulares), etc… Por isso é que inteligência é uma construção, o mundo não nos é dado pronto e acabado, construímos o nosso mundo. E essa construção sofre influência das nossas convicções, crenças, atitudes diante da situação, bem como de todos os nossos conhecimentos prévios armazenados, por isso é que envolve memória.
Os comportamentos inteligentes são expressos de várias formas. Desempenhos intelectuais são formas particulares e preferidas de processar informações, mas vão além de processar informações. São nossos estilos de pensamento, nossos esquemas mentais, ou modelos mentais, scripts, estratégias e competências que se traduzem em inúmeras inteligências:
A inteligência prática envolve as competências para atividades do dia-a-dia, que permite a pessoa a viver de forma independente. Atividades que são na maioria das vezes orientadas às metas pessoais, ou seja, a atividade tem um objetivo, um propósito.
Tipos de inteligência
A inteligência criativa refere-se à atividade inventiva, a capacidade do indivíduo criar algo que não existe para sua sobrevivência, significa ter um pensamento original. A criatividade se exprime de diferentes maneiras e uma das mais importantes na etapa adulta, é a capacidade de dar diferentes respostas perante às situações da vida.
A inteligência tecnológica compreende a utilização de ferramentas para usar no seu ambiente. A inteligência reprodutiva significa saber lidar com esquemas seqüenciais, com algarismos. A inteligência emocional é saber lidar com suas próprias emoções e de outrem e saber orientar pensamentos e ações na vida social, envolve empatia, autoconhecimento, automotivação e autovalorização. Inteligência social é ter capacidade de conhecer as regras sociais, saber como os comportamentos devem ser.
Pesquisadores afirmam que todas as habilidades intelectuais utilizam uma capacidade intelectual geral, mas também recorrem a habilidades especializadas dependendo da tarefa. Existem duas dessas habilidades:
A inteligência fluída que é a capacidade da pessoa resolver problemas, sobretudo problemas novos. Inclui o raciocínio lógico e a formação de conceitos. É a capacidade de resolver problemas não necessitam de instruções e de fatores sócio-culturais. Seu funcionamento é influenciado por mecanismos biológicos.
A inteligência cristalizada envolve conhecimentos que a pessoa adquiriu durante a vida. A pessoa é capaz de resolver problemas com base em experiências e conhecimentos existentes. Tanto problemas de origem práticas ou morais. É influenciada pelas questões sócio-culturais e podem desenvolver-se com a idade. Podem apresentar progressos. É fruto das nossas práticas culturais. São formas de pensamentos complexos e sofisticados que a pessoa aprimorou ao longo da vida. Podemos chamar de sabedoria.
A sabedoria se desenvolve numa vida rica em estímulos e experiências em associação com elementos motivacionais, sociais e de personalidade. A inteligência cristalizada e a sabedoria dependem da integração de funções biológicas e de experiência sociocultural. O aumento de "estoque" de conhecimento pode facilitar o desempenho intelectual na vida adulta e na velhice.
A possibilidade de viver uma velhice normal, saudável e alcançar sabedoria é descrita em termos de poder vivê-la bem. Consiste em obter melhores resultados das capacidades que se tem. Porém, envelhecer bem depende das chances do indivíduo usufruir de condições adequadas de educação, urbanização, habitação, saúde e trabalho durante todo o seu curso de vida. É evidente que essa adequação é relativo às estruturas e valores vigentes numa sociedade. Portanto, mudanças no desenvolvimento intelectual na velhice podem ocorrer de modo diferente para diferentes pessoas. Deve-se na medida do possível dar continuidade às habilidades intelectuais ao longo da vida, recuperando os déficits, otimizando os talentos e compensando capacidades para preservar o potencial para o desenvolvimento.