Erotomania e ninfomania: entenda a diferença entre compulsão sexual masculina e feminina

por Tatiana Ades

A erotomania e a ninfomania são termos que indicam um exagero do desejo sexual por parte do homem e da mulher respectivamente.

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Tais quadros são cientificamente conhecidos como Desejo Sexual Hiperativo (DSH) e manifestam-se principalmente por desregulação ou falta de controle da motivação sexual. Os compulsivos sexuais apresentam enorme dificuldade em levar uma vida a dois e muitos casamentos e relacionamentos são desfeitos.

Como se manifesta?

A pessoa manifesta um desejo sexual acima do normal, cheio de fantasias, compulsividade por sexo, descontrole sobre limites e grande sofrimento.

O pensamento em sexo torna-se tão constante que a pessoa tem problemas para levar uma vida afetiva satisfatória e viver seu cotidiano.

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A busca por diversos parceiros é desenfreada e o uso de precaução não é tomado muitas vezes, o que traz para a pessoa, além do desespero emocional, possíveis doenças como HIV, Hepatite B e outras sexualmente transmissíveis.

A ansiedade antes da atividade sexual, a intensa gratificação após o orgasmo e a culpa após o ato não são raras.

Podemos observar níveis diferentes de adição ao sexo, desde masturbação compulsiva e prostituição, a alguns comportamentos parafílicos (perversos) como exibicionismo, voyeurismo ou mesmo pedofilia (abuso sexual de crianças) e estupro.

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Com o advento da internet surgiu a compulsão virtual. Podemos encontrar esses viciados na frente de sites pornográficos por até 15 horas diárias.

Isso pode ser encarado como um problema de comportamento mal adaptado, onde o ato repetitivo de busca de prazer sexual foi aprendido ao longo da vida como tranquilizante, diminuindo sentimentos de ansiedade, medo e solidão. Também podemos compreender esse distúrbio como uma doença, com alterações anormais no balanço de substâncias neurais (neurotransmissores).

Nas teorias psicanalíticas, a hiperssexualidade pode ser entendida como uma fixação nos níveis pré-edípicos do desenvolvimento sexual, na fase anal, mais especificamente, onde as ansiedades são deslocadas para comportamentos compulsivos.

Para o tratamento é necessário psicoterapia e uso de inibidores de serotonina, visto que essas compulsões são tratadas como quaisquer outras semelhantes e compulsivas como: amor, drogas, álcool e comida.

Em casos mais graves, onde essa compulsão coloca outras pessoas também em risco (como abuso sexual ou estupro), pode-se fazer uso de algumas medicações à base de hormônios (progesterona) que inibem o desejo sexual.

Em alguns casos, a internação do paciente se faz necessária e urgente para contenção de risco.

Erotomania

A erotomania é uma doença também conhecida como síndrome de Clérambault, onde a pessoa acredita que alguém de posição social superior ou uma pessoa famosa, estaria secretamente apaixonada por ela. Esse delírio faz o doente se tornar paranoico, criando um amor ilusório entre ele e a pessoa “amada”.

Esses casos podem envolver perseguições ao "ser amado", envios de presentes íntimos, cartas inesperadas, chegando a coação, chantagem e até crime passional.

Ocasionalmente, o objeto do delírio não existe; no entanto, o mais comum são casos de indivíduos que sofrem desse delírio tendo como objeto pessoas expostas na mídia, como cantores, atores e políticos.

Esse comportamento é mais característico nos homems, mas pode ocorrer também nas mulheres.

Ninfomania

A ninfomania implica em uma descompensação do desejo sexual feminino. A mulher sente um apetite intenso e exagerado, regado a fantasias sexuais que a perseguem a ponto de prejudicar suas atividades cotidianas. Essa perturbação psíquica enquadra-se nos transtornos conhecidos como Desejo Sexual Hiperativo (DSH) e se expressa através de uma ausência do controle da sexualidade.

Quando essa pessoa tem a consciência de seu problema e tenta disciplinar seus pensamentos e suas fantasias, torna-se deprimida e ansiosa. Torna-se cada vez mais difícil para ela libertar-se desses pensamentos, uma vez que a própria cultura ocidental cultua o sexo estimulando a pornografia e seu uso em excesso.

É muito comum que ela não tenha vontade própria e que sinta-se culpada após diverso atos sexuais. Bastante comum também é a falta de orgasmo e prazer fazendo essa mulher trocar compulsivamente de parceiros sem conseguir atingí-lo nunca.

Vários pesquisadores compreendem esse transtorno também como uma doença provocada por mutações no equilíbrio dos neurotransmissores.