Está difícil administrar meus dois namorados. O que faço?

Por Anette Lewin

Depoimento de uma leitora:

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“Estou sem saber o que fazer, pois tenho dois namorados: um vejo umas duas vezes ao mês e esse relacionamento já dura sete anos. O outro dorme comigo direto e namoramos com frequência. Mas quando vou ao encontro do que vejo com menos frequência, passo dois três dias sem transar com esse namorado constante: ele fica com raiva. Mas eu amo os dois. Não  quero deixar nenhum, mas não sei o que fazer, pois esse que fico com frequência sente-se incomodado e inseguro. Mas já disse que não deixo o de sete anos por ele, pois ele é tão bom pra mim. Como administro esta situação? Não sei o que fazer. Por nossa senhora, ajude-me.”

Resposta: Pois é… você está num relacionamento amoroso não convencional para o qual não existem regras. E quando não existem regras quem cria as regras são… os envolvidos.

No caso, você se relaciona com dois homens ao mesmo tempo e pelo menos o mais frequente sabe do ocasional e se incomoda com isso. E você, que quer manter os dois relacionamentos, não sabe como administrar a situação.

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Vejamos: você já conseguiu manter essa situação por algum tempo abrindo o jogo com seu par mais constante. Talvez ele tenha aceitado por achar que depois de algum tempo você optaria por ficar só com ele. Como isso não aconteceu, ele começa a pressionar você.

É importante você entender que a situação é confortável para você, mas não para seu par mais constante. E frente a isso existem algumas saídas possíveis: ceder à pressão do seu par constante terminar o relacionamento com o par ocasional; terminar o relacionamento com seu par constante para manter o relacionamento com seu par ocasional; ou negociar com seu par constante alguma saída para que ele também se sinta em uma posição confortável com relação a você e o relacionamento possa continuar.

Por se tratar de uma relação aberta, é importante uma conversa bem franca com relação ao que vale e o que não vale nesse tipo de vinculo: ele também pode ter outros relacionamentos enquanto namora você? Como você se sentiria se isso acontecesse?

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Ele se sentiria melhor se você visse seu namorado ocasional com menos frequência?

E é importante também que você tenha uma conversa bem franca com você mesma: você quer mesmo levar uma relação a três durante um longo período?

Está testando os dois para ver com qual deles fica?

Cada um proporciona a você sensações diferentes e juntos eles suprem melhor suas necessidades afetivo-sexuais?

Todas essas perguntas e todas as outras que vierem à sua cabeça devem ser respondidas para ajudá-la a encontrar a melhor solução para o dilema em que se encontra.

Relações monogâmicas heterossexuais imperaram em nossa sociedade durante muito tempo como regra geral. É muito recente a abertura da sociedade para outros tipos de relacionamento amoroso. Certamente relacionamentos não convencionais sempre existiram. Mas como exceção, não como regra; de forma velada e não abertamente; como algo promíscuo e não como opção. Assim, cabe aos que optam por relações que fogem ao “papai-mamãe” levarem em conta sentimentos, necessidades e objetivos de todos os envolvidos. E esse tipo de contrato, se tratado com o devido cuidado e respeito, certamente terá muitas páginas, e ao longo de sua duração, muitos adendos. Sim, em relacionamento, mesmo nos convencionais, nada dura para sempre. As regras básicas podem ser as mesmas, mas as referentes a cada experiência individualmente considerada podem e devem se modificar.

Voltando ao seu conflito amoroso, podemos dizer que o que, para você, começou de forma circunstancial e funcionou durante um tempo, agora virou uma encruzilhada que demanda muita conversa, reflexão, autoconhecimento e respeito aos envolvidos. E a líder do conflito parece ser você. Tente usar de todo o bom senso que conseguir, para que a experiência, siga ela o rumo que seguir, não deixe um gosto amargo e frustrante em sua vida amorosa. Você apenas fez escolhas um tanto difíceis de administrar. Use-as como um desafio a ser superado de forma digna.

Atenção!
Este texto não substitui uma consulta ou acompanhamento de um psicólogo e não se caracteriza como sendo um atendimento.