por Patricia Gebrim
Nossa cidade, nosso país e nosso planeta andam sofridos. E assim estamos todos nós também. Desafios brotam a cada dia. Olho ao redor e vejo uma verdadeira epidemia. Nunca vi tanta desorientação, tanto medo, tanta tristeza, nem tanta negação.
Estamos sendo pressionados ao limite, e estamos todos à flor da pele, a um milésimo de milímetro de enlouquecer.
Estamos todos em um lugar muito perigoso, confrontados por essa realidade absurda que nos cerca. Nossos alimentos estão sendo envenenados, a água está acabando, árvores são arrancadas da terra pela fúria climática de nosso planeta tão ferido por nós. Uma crise moral joga diariamente nossa política na lama e continuamos achando que "o lado de lá" é o culpado, sem compreender que, tal qual o tempo que se curva, os extremos se encontram em um único e mesmo lugar.
Alguns, para se proteger, engrossam a pele, criam uma espécie de armadura que os torna insensíveis e desconectados. Outros, os que não criam essa casca, sofrem, e sofrem tanto que muitas vezes adoecem, se fragilizam, enlouquecem. Na verdade os dois grupos estão doentes, estamos todos sendo profundamente afetados por esse momento planetário.
Entendam, não há mais tempo para autoindulgência. É preciso que despertemos agora desse sono de morte que nos transforma em gado seguindo inerte em direção ao abatedouro.
A diferença que podemos fazer está em trazermos à tona o nosso melhor. Não importa o que esteja acontecendo, podemos oferecer o nosso melhor, ao planeta, àqueles que nos cercam, a nós mesmos. Precisamos parar de esperar que nos digam o que fazer e começar a seguir na direção que nossa alma indica como correta. Não existem salvadores. Ninguém descerá numa nuvem e nos dirá o que fazer. É hora de agir. Tratar bem as pessoas, tratar bem o planeta, economizar recursos, colaborar, nos unirmos, ajudarmos uns aos outros, ao invés de nos perdermos em críticas e reclamações que só criam mais caos. Não resolveremos nossos desafios sem que aprendamos a cooperar uns com os outros.
Não há mais tempo para nossa imaturidade. É tempo de virar gente grande e assumir a tarefa de cuidar. Estamos todos aqui para aprender a olhar para além do nosso pequeno eu, olhar para o outro, com amor. Para cuidar. Que linda é essa palavra…
Se conseguirmos fazer isso, não importa o que aconteça, estaremos salvos, pois, mais do que nossos egos, tudo o que acontece ao nosso redor aí está para salvar nossas almas. Mais do que a integridade de nossos corpos, é a luminosidade de nosso Ser que está em jogo. Tudo o que precisamos fazer é escolher. Luz ou sombra. Você decide.
Apenas lhes digo, não escolham olhando para fora. Olhem para dentro.
Olhem para dentro …