por Nicole Witek
O olhar pregado na tela do computador, as costas curvadas, as pernas cruzadas durante horas, a respiração superficial…
Que mais? O estresse das ligações telefônicas, das ações e decisões imediatas.
E a pausa? Café? Biscoitos? Chocolate? Talvez cigarro? Para compensar as frustrações e o mau humor.
Então, já sabe de quem estou falando? De cada um de nós.
Os progressos da tecnologia amarram a cada ano o cidadão à cadeira. Essa imobilidade é prejudicial à nossa saúde física e psíquica, pois o corpo tem como finalidade o movimento. O corpo parado e as posições estáticas são vilões para ele.
Sentar durante horas na frente do computador gera tensões musculares que nós não percebemos: tensões na nuca e nos ombros. Os músculos enrijecidos, como os músculos profundos da coluna, que impedem que eu despenque sobre o meu teclado, ficam tensos e duros, assim como as pernas, que muitas vezes ficam cruzadas, com circulação sanguínea lenta, são fatores altamente perigosos para nosso equilíbrio psicofisiológico.
Não trabalhar? Isso não é a solução, mas podemos encontrar uma posição melhor, que permita que o corpo tenha uma fluidez de movimento. Mesmo quando sentado numa cadeira, podemos conseguir uma simetria e uma coluna ereta, que facilitem a respiração.
Os exercícios que vamos propor começam a partir dessa posição e deveriam tornar-se hábitos no seu posto de trabalho.
Primeiro: sentado
Respirar
Favorecer as expirações compridas, que automaticamente induzem uma inspiração maior. Isso oxigena o sangue e cada célula do corpo, cada unidade funcional do seu ser.
Precisamos colocar a bacia no fundo da cadeira e sentar sobre os ísquios – que são os ossos das nádegas. Ao mesmo tempo buscar a ereção da coluna, que se torna um pilar “ao redor do qual a respiração pode se abrir” e o diafragma funcionar.
Pensar no pescoço
Alongando – Esticando – Torcendo e Relaxando
Após uma inspiração comprida, com as mãos sobre as coxas, deixar o tronco se curvar para frente, deixar braços e cabeça cair em direção aos joelhos.
Nessa mesma posição, inspirar profundamente, expirando pela boca silenciosamente, sacudir suavemente a cabeça para soltar os músculos da nuca.
Pensar nos olhos com o palming
Esfregar as palmas das mãos uma na outra para gerar calor e radiações. Aplicar as mãos bem quentes sobre os olhos, apoiando se sobre os ossos da cavidade dos olhos e sem contato com as pálpebras, com a intenção que esse calor relaxe os olhos e penetre no corpo todinho.
Segundo: em pé
Alongar – Esticar – Dobrar – Torcer
O Jean-Pierre Laffez da Federação Nacional dos Professores de Yoga propõe para nós uma excelente seqüência, curtinha, porém bem eficaz. Experimente e aplique antes que você sinta o cansaço e as dores se instalarem.
Lembre que a respiração condiciona o movimento. Alongar o braço para cima, por exemplo, deve acompanhar a respiração e não o contrário. Essa respiração acompanhada pelo movimento e uma das características do yoga… E não o contrário.
A cadeira do yogi*
Segurando a mesa, apoiando a mão numa parede, abaixar lentamente as nádegas como se tivesse uma cadeira para sentar. Preste atenção a sua respiração, sinta o contato do ar com as narinas. Essa postura é excelente para dissolver as tensões das costas e colocar em movimento todas as circulações: sanguínea, linfática, nervosa e da energia vital.
Terminando
Sentado em sua mesa, levar sua atenção para o fundo do ventre, consciente da sua respiração – centrando – e “metabolizando” toda a energia vital que você acaba de “ingerir” e que será útil para finalizar o dia e passar as situações de estresse com mais disposição.
São pequenos truques e, com certeza, você vai encontrar outros, mas com um pouco de yoga todos os dias e sua aula semanal, você terá o suficiente para ter saúde e equilíbrio físico e psíquico.
Boa pratica!
* yogi é o praticante de yoga e a yogini é a praticante de yoga