por Emilce Shrividya Starling
A felicidade depende de você. Depende do estado de sua mente. Depende de sua mente sadia, tranquila, consciente. Depende de sua evolução espiritual.
A humanidade pode ser dividida em três tipos: os adormecidos, os despertos e um pequeno grupo entre esses dois.
Se você estiver vivendo como adormecido, sua felicidade está no prazer físico, nas sensações, buscando atingir a felicidade somente através do corpo, algo que o corpo não é capaz de alcançar.
Através do corpo pode-se apenas alcançar prazeres momentâneos e rápidos. E como o corpo existe no mundo da dualidade, cada prazer é seguido pelo seu oposto, pelo mesmo grau de sofrimento. Quando estiver no estado de prazer, você terá medo de perdê-lo e esse medo tira sua paz. E quando estiver na dor, você fará tudo para sair dela, mas voltará a ela mais tarde, pois é um circulo vicioso.
Nascimento e morte
No Yoga, chamamos isso de roda do nascimento e morte. Às vezes, sentimos prazer, outras vezes o sofrimento, mas estamos apegados a essa roda.
Quem está adormecido, apenas conhece as sensações do corpo: comida e sexo e fica preso, se movendo entre essas duas sensações. A energia se move como um pêndulo. A felicidade para essa pessoa são apenas as sensações prazerosas e vive correndo de uma sensação a outra. Sua vida é superficial, não tem qualidade, apenas quantidade.
Se a pessoa reprime o sexo, fica viciada em comida. E a comida lhe dá apenas um pequeno sabor rápido na língua. E, muitas vezes, esse sabor que parece néctar, se torna veneno, pois traz muitas doenças. Porém, mesmo assim, muitas pessoas vivem para comer em vez de comer para viver.
Se ela reprime a comida, tem mais desejos pelo sexo. Essa energia sexual se acumula e a sexualidade para ela é apenas um alívio momentâneo, pois essa energia se acumulará novamente gerando tensão.
Tanto a comida como o sexo são prazeres que naturalmente devemos sentir, mas é necessário o equilíbrio, o discernimento, a sabedoria e a felicidade interior.
Para a pessoa desperta, a felicidade não vem apenas do prazer, da quantidade. É mais profunda e a torna repleta de harmonia.
Quem medita começa a se afastar do estado adormecido e vai a direção ao estado desperto. Fica no estado transitório; sabe desfrutar mais da música, da poesia, aprecia a beleza da natureza, do silêncio. Sua felicidade se torna mais qualidade do que quantidade.
Ao ouvir uma música ou o canto dos mantras fica repleto de êxtase e deleite. Quando dança, se entrega, sem precisar de estímulos externos, sem preocupar-se com opinião dos outros, sente o corpo leve e se funde na música.
Além dessa felicidade tão intensa, ainda existe o estado de plenitude, de alegria pura que se alcança quando se está totalmente no estado desperto. Nesse estado, você está iluminado pela luz interior, a escuridão do ego se dissolveu, e, com isso, as tensões, a ansiedade e angústia foram embora. Você está no momento presente, com um coração agradecido e satisfeito, sem se preocupar com o futuro nem ficar remoendo o passado. É o estado da plenitude,da alegria verdadeira.
Essa felicidade é um direito de nascimento seu. Procure por ela através da meditação, da prática da hatha yoga, da conquista da mente, substituindo os pensamentos negativos pelos seus opostos. Encontre-a no silêncio, na amabilidade e tranquilidade da mente, no poder da repetição do mantra Om Namah Shivaya (eu honro Deus que habita em mim).
Não fique apenas apegado aos prazeres dos sentidos, busque também se elevar espiritualmente. Compreenda que o prazer depende dos outros, e a felicidade é independente, ela está inerente a você, vem do seu próprio Ser interior, que a própria luz de Deus em você. Fique em paz!