Fui assediada pelo meu sogro e meu casamento está por um fio. O que faço?

por Anette Lewin

“Meu sogro me assediava. O assunto veio à tona. No início meu esposo ficou do meu lado. Mas a família dele toda se voltou contra mim e hoje vivo um verdadeiro inferno no meu casamento. Não tenho muita paciência; brigas se tornaram constantes, falta de respeito xingamentos e assuntos de nos separarmos. Temos uma filha, uma família. Não é minha vontade me separar, mas estou vendo tudo ir por água abaixo.”

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Resposta: Você coloca o assédio de seu sogro como o ponto central das dificuldades conjugais pelas quais está passando. Será que esse fato tem um peso tão grande assim? Pense: se não tivesse existido esse assédio, será que seu casamento estaria bem?

É importante que você tente separar as coisas e entenda como está a dinâmica do seu casamento.

Reflita sobre as seguintes questões:

Por que seu marido a apoiou no início e depois voltou-se contra você?

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Como você lidou com esse assédio?

Continua vendo seu sogro mesmo depois do ocorrido?

Por que seu marido vive falando em separação?

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Por que a família dele se voltou contra você?

Esta última questão, aliás, traz um aspecto no mínimo ambíguo: se você foi assediada por um familiar de seu marido contra a sua vontade, passando por constrangimentos, por que ao invés de vítima você é vista como vilã?

Será que a família acha que você respondeu positivamente ao assédio?

Bem, todas essas questões têm que ser muito bem avaliadas por você para que você adquira uma noção mais clara sobre seus sentimentos e atitudes.

Após essa análise da sua participação real nessa história, antes de mais nada, pergunte-se se você quer continuar casada com ele. Sim, você diz que não quer se separar, mas o que resta de positivo nessa relação tão conturbada?

Caso consiga encontrar aspectos que ainda fazem com que a relação valha a pena, é hora de perguntar a ele se ele quer continuar casado com você. Ameaças de separação por parte dele sem atitudes efetivas em direção a isso não significam muita coisa. É preciso fazê-lo, botar as cartas na mesa e decidir se ele quer continuar casado com você ou apenas está usando a confusão familiar para cair fora do relacionamento. Pergunte. Não tenha medo. Família nenhuma derruba um casamento que tem uma base sólida. Um casamento em que duas pessoas querem, conscientemente, ficar juntas. Porque num casamento, quando um não quer mais, dois não conseguem continuar um relacionamento saudável. Assim, uma boa conversa pode ajudar a deixar mais claro quanto cada um de vocês ainda quer estar casado. E evitar ficar colocando a culpa dos conflitos no assédio e nas agressões familiares.

Se após essa conversa vocês entenderem que vale a pena continuarem juntos vale a pena colocar limites na interferência da família dele na relação de vocês. Vale a pena, pelo menos por um tempo, um afastamento desses familiares que ficam palpitando sem terem sido convidados. Se ele quiser visitar os familiares, pode ir sozinho. O importante é que você se afaste temporariamente dessa confusão. E que vocês retomem o relacionamento a dois para sentir o quanto ainda conseguem se sentir bem juntos.

Com relação ao tema assédio, se aconteceu uma vez, pode acontecer outras. Tente entender se, de alguma forma, você, mesmo sem querer, não acaba sendo simpática demais e passando a impressão que está disponível para investidas amorosas. Se isso estiver acontecendo, vale a pena você trabalhar na conscientização de suas vontades pessoais. Quem não quer, corta essas investidas logo que começam. Agora, quem gosta, precisa, deseja ser seduzida, ainda que inconscientemente, pode provocar esse tipo de situação mesmo sem querer.

Embora toda mulher saiba muito bem como dizer sim e como dizer não, nem todas sabem direito o que querem de verdade. Tente deixar seus sentimentos bem claros para você mesma, para que possa escolher o rumo de sua vida amorosa. A escolha pode e deve ser sua.

Atenção!
Este texto e esta coluna não substituem uma consulta ou acompanhamento de um médico e não se caracterizam como sendo um atendimento.