Fui traída(o) e agora? Traí o meu parceiro(a), o que faço?

Psicólogo dá 4 dicas para quem foi traído e 5 para quem traiu

Observo em consultório os efeitos danosos ao relacionamento, após ocorrer uma traição. No relacionamento, há a quebra de um alicerce importante: a confiança, que é de difícil reparação. Na pessoa traída, é gerada uma descrença profunda no seu par, que se faz presente como um fantasma, além do forte abalo da autoestima. E para quem traiu, além da ressaca moral, gera-se um sentimento permanente de culpa e débito para com a parceria.

Por mais que existam pessoas que achem que a traição seja um ato falível do ser humano cedendo aos impulsos sexuais, a infidelidade permanece provocando estragos nos relacionamentos. Portanto, é melhor que o par evite passar por essa situação.
Como na vida não temos garantias, as traições acontecem e é preciso encarar suas consequências.

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Fui traído(a) e agora?

  1. Entenda a fundo o que aconteceu, só assim processará realisticamente a traição. O evento pode não ter nada com o relacionamento e ter sido leviandade do seu par. Pode ter sido favorecido por faltas ou falhas no relacionamento ou por diferentes motivos.
  2. Não se vitimize assumindo um papel de coitadinho(a), esta pode ser uma condição desvantajosa para a permanência na relação. Submissão não é uma forma saudável para se relacionar.
  3. Esgote (esvazie) sua dor, mágoa e angústia falando ao par sobre os sentimentos que foram provocados pela traição. Não deixe que os pensamentos e sentimentos negativos permaneçam e contaminem seu cotidiano.
  4. Não hesite em procurar por ajuda familiar, amizade ou mesmo uma psicoterapia para superar o abalo ocorrido no relacionamento ou reconstruir sua autoestima.

Traí o meu parceiro(a) e agora?

  1. Entenda que num relacionamento previamente estabelecido como monogâmico e estável, a quebra da confiança por infidelidade tem efeito catastrófico e, portanto, precisa ser verdadeiramente perdoada por ambos.
  2. É papel do traidor maior empenho, dedicação e esforço para o processo de resolução e superação da quebra no elo da confiança. Espera-se uma atitude proativa nesse sentido de reparação.
  3. Por mais que acredite que sua traição seja explicável, jamais justificará tal ato. Portanto, não espere compreensão ou alivio à rejeição de tal conduta.
  4. Saiba que por mais que se esforce e se empenhe em resgatar seu relacionamento, ainda assim, pode ser insuficiente ou ser pouco reconhecido e considerado. Não desanime ou desista, pois foi você quem causou todo esse turbilhão.
  5. Se estiver com dificuldade ou em conflito procure ajuda psicoterapêutica.

Se o processo de resgate, recuperação e reparação entre vocês no relacionamento não estiver evoluindo, procurem uma terapia de casal. Não esperem chegar à condição extrema para que isso não se torne irreversível.

Eduardo Yabusaki - Psicólogo e Sexólogo Especializado em Terapia Comportamental Cognitiva, Terapia de Casal e Terapia Sexual. Coordenador do Curso de Sexologia Clínica ministrado em diferentes cidades há mais de 15 anos. Docente convidado do Curso de Fromação em Sexologia Clínica de BH. Responsável pelo www.vidadecasalbh.com.br