Significado da Árvore de Natal

A tradição da Árvore de Natal tem origem na França e depois associada a São Bonifácio que. no Século XVII, convertia os alemães ao Cristianismo. Apenas no início do Século XX, ela tornou-se um símbolo universal. Daí, para estender-se das casas para as empresas, foi questão de tempo. A opção na Europa pelos pinheiros se deveu ao fato de suas folhas se manterem sempre verdes, mesmo sob invernos rigorosos, simbolizando a renovação da vida de Jesus.

Assim como em suas casas, a tradição determina a duração das decorações natalinas em torno de um mês e meio, que se encerra em 6 de Janeiro, Dia de Reis, quando os enfeites são retirados da árvore e guardados para o ano seguinte.

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Nas organizações, diferentemente dos lares das pessoas em que nelas trabalham, a árvore natalina transcende os costumes do Cristianismo, e transformou-se em símbolo de união em torno de ideais e valores suprarreligiosos e universais de paz e boa vontade entre os seres humanos.

Complementadas por confraternizações, trocas de presentes, gera-se, nesta época, um clima de harmonia entre áreas, de planos para um futuro de paz, projetados sobre cada enfeite colocado nas árvores de natal.

Artificiais ou naturais, de espécies e tamanhos variados, com luzes americanas ou chinesas, decoradas por bolas ou outros adornos, há um ponto em comum neste ritual — toda decoração tem um prazo de validade definido.

Mas será que tem que ser assim? Não poderíamos postergar ou eliminar o prazo de desmontagem dessas árvores nas empresas? Quais os símbolos que compõem a decoração de milhares de árvores de natal que poderiam perdurar durante o ano inteiro?

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Pontos em comum

Olhando uma árvore dessas, das pequenas e simples, às imensas e ricas, encontramos pontos em comum: sua base, seu tronco, seus galhos, seus enfeites, suas luzes e sua ponteira no alto.

A base quando de árvores naturais, envolvem a terra que alimenta o ser sustentado. Mesmo quando artificial, ela representa a cultura, as memórias e história da organização — essenciais para a transmissão de valores às novas gerações.

Seu tronco, plastificado ou vivo, dá a estrutura, sempre vertical e direcionada ao alto. Ele representa as metas, aspirações e foco no futuro de seus colaboradores, infelizmente, nem sempre alinhados com o poder organizacional.

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Os galhos, rígidos por moldes plásticos ou predestinados pela genética de sua espécie, buscam expandir-se ao longo da projeção do tronco, para projetar as individualidades das pessoas que trabalham na organização. Elas moldam e definem o perfil do conjunto. Dispostas simétrica ou aleatoriamente, buscam a luz que faça a fotossíntese de resultados e realizações ou a visibilidade de sua personalidade.

Presos aos galhos, as folhas, de polietileno ou de células clorofiladas, captam o reflexo de luzes de néon ou de janelas entreabertas de persianas corporativas. Aos mesmos galhos, prendem-se os enfeites. Cada um poderia representar hábitos, condutas, contratos interpessoais, ostentando uma estética de frutos, carregados de significado para as relações mais harmoniosas entre aqueles que fazem parte da instituição.

Talvez com novas lentes poderíamos ver…

A bola vermelha da Empatia – a disposição de ouvir e se colocar no lugar do outro, de esforçar-se para entendê-lo, partindo de suas premissas, para poder efetivamente se comunicar.

O enfeite que reproduz um brinquedo ingênuo de criança, poderia ser o do feedback para as pessoas, ao invés da arma delinquente, que fala (mal) das pessoas para outros — menos para aquele que é diretamente envolvido.

O adorno de Papai Noel, pode representar a disposição de negociações internas do tipo Ganha-Ganha, que geram energia para todos envolvidos.

Algumas árvores trazem também um sino que poderia soar como o perdão para as desavenças passadas, naturais sobre as pressões do dia a dia, cada vez mais estressante.

E finalmente, acima de toda a árvore, a ponteira. Geralmente a estrela maior, iluminada, resplandecente do potencial de todos colaboradores que dão sentido à árvore organizacional. A ponteira refletiria o brilho das luzes de incentivo e motivação dos colegas e líderes.

Como seria bom se as árvores de Natal não fossem apagadas, dobradas, descartadas ou guardadas por 330 dias por ano…

Será que todos os penduricalhos reluzentes afixados à árvore verde, azul, branca ou amarela, não manteriam acesos o espírito positivo de se dar e querer bem, para uma vida corporativa com mais qualidade – uma empresa boa para se viver?

Preservemos então essa árvore, virtual que seja, durante 2020 para fazermos valer seus significados em cada ato e palavra, com todos nossos semelhantes.

Feliz Árvore de Natal do Ano Inteiro.

Profissional de Recursos Humanos, com mais de 40 anos de atuação no mercado, Roberto teve diversas posições como profissional e executivo de RH em multinacionais de grande porte. É sócio-diretor da Ateliê RH, consultoria com mais de 14 anos de atuação no mercado, e distribuidor Hogan no Brasil. Mais informações: www.atelie-rh.com.br