Muitas mulheres após repetirem sucessivos padrões de relações fracassadas, tendem ou podem criar uma crença limitante de que “homem não presta”; “homem é assim mesmo” e aí entram numa vibe de “não quero mais saber de homem”
Qual é o caminho para se sair dessa armadilha autossabotadora e trilhar um novo rumo para relações mais saudáveis e construtivas?
Resposta: A relação homem-mulher tem muitas nuances difíceis de serem decifradas; as expectativas de homens e mulheres em relacionamentos amorosos são bastante diferentes e, passado o período da paixão, tudo isso vem à tona causando uma série de desentendimentos e frustrações.
“Homem não presta”: de onde vem isso?
Em geral, são as mulheres que expressam mais claramente suas frustrações. Os homens, por sua vez, ao ouvirem as “reclamações” das mulheres, se sentem diminuídos, e passam a responder defensivamente, muitas vezes com respostas impulsivas e até agressivas. É aí que surge o “homem que não presta”, aquele que não é capaz de oferecer à sua companheira o que ela sonha receber do ser amado; aquele que vai procurar outras mulheres para encontrar uma que o valide…
Sem dúvida o “homem que não presta” é uma criação da época atual; época em que as mulheres são mais independentes e podem se dar ao luxo de abrir mão de um provedor; época em que viver só não é mais sinal de fracasso; época em que existe, para a mulher, a opção de trocar de parceiro quantas vezes quiser sem ser rotulada por essa atitude.
Daí vem a pergunta: será que o “homem que não presta” é uma desculpa para a mulher viver a liberdade que, afinal, já está conquistada? Ou o homem é, de fato, um ser que não entende a cabeça feminina e, portanto, não consegue dar a ela o que ela necessita?
Existem, sem dúvida, mulheres que querem, de fato, viver ao lado de um homem. E desistem desse objetivo por terem cruzado com homens que trouxeram a elas mais frustrações do que alegrias. Essas mulheres devem fazer uma análise do que, no seu comportamento, pode ter transformado o “homem ideal” do início do relacionamento no “homem que não presta” surgido tempos depois.
Como dissemos, o comportamento do homem depende muito do reconhecimento de suas qualidades. Sim, eles também são inseguros e precisam se sentir validados; sim, eles também têm um ideal feminino em suas cabeças. Não adianta trazer queixas sem mostrar o caminho para resolvê-las.
Muitas vezes as mulheres não percebem o poder de um elogio sincero; muitas vezes esquecem por que escolheram determinado homem para um relacionamento amoroso. Certamente foi por alguma virtude e não por um defeito. Por que, então, não tentar ressaltar as virtudes ao invés de criticar os defeitos? Sim, nem homens nem mulheres são perfeitos e para conviver em harmonia é necessário que os dois reconheçam suas próprias limitações ao invés de projetá-las nos outros.
Existem verdadeiros homens que não prestam? Sim, existem. Assim como existem mulheres que não prestam. Mas cabe a quem escolhe um parceiro avaliar se o que esse parceiro pode oferecer e o que não pode. Sim, muitas vezes, no início de um relacionamento, as pessoas vestem sua melhor máscara para conquistar. Mas para bom observador essa máscara começa a cair depois de poucos encontros. Assim, é importante ter muita paciência antes de concluir quem é a pessoa que se está conhecendo; é importante não se iludir com um presente ou com palavras ditas no início da relação, porque os homens tendem a elogiar quando querem conquistar.
Relacionar exige maturidade, renúncia…
Enfim, qualquer generalização sobre pessoas que prestam ou não prestam tendem a ser frágeis e incorretas. Num relacionamento amoroso cabe aos envolvidos avaliar sua escolha, cuidar da relação com a pessoa escolhida, responsabilizar-se por eventuais erros, perdoar, ser perdoado e, sobretudo, não romantizar achando que tudo é fácil como num conto de fadas.
Relacionar-se dá trabalho, exige paciência, empatia, maturidade e generosidade. E sobretudo renúncia. Culpar o outro é muito fácil. Assumir responsabilidades muito difícil.
Atenção!
Esta resposta (texto) não substitui uma consulta ou acompanhamento de uma psicóloga e não se caracteriza como sendo um atendimento.