Homeschooling ou educação escolar em casa ou educação domiciliar ou ensino doméstico é o método de educação em casa e não na instituição escola. É a educação de crianças em idade escolar em casa ou em vários outros lugares que não seja a escola. O ensino é dirigido pelos pais, tutores ou professores online, com métodos de educação mais personalizados.
Na prática, esses métodos variam de formas altamente estruturadas, baseadas em currículos de escolas tradicionais valorizadas ou em formas mais livres e abertas, chegando até o que é nomeado como desescolarização (“unschooling”) um ensino sem aulas e sem currículo.
Homeschooling não é o mesmo que educação à distância, onde o aluno é educado de acordo com os requisitos de uma escola online, ao invés de ser educado de forma independente e dirigida pelos pais ou tutores.
Essa forma de educação está sendo defendida por muitas famílias, constituindo um movimento social que cresceu a partir do final do século XX. São famílias que acreditam que que a educação dos filhos é um direito dos pais e não do governo. Esse movimento surgiu como uma reação aos currículos das escolas, vistos como inadequados ou insuficientes. Pais começaram a questionar a eficiência dos currículos escolares e a qualidade da formação dos professores.
Antes das leis de frequência escolar obrigatória, a maior parte da educação de crianças era feita pelas famílias ou comunidades locais. Apenas no início do século 19, é que a frequência à escola passou a ser o modo comum de educação no mundo mais desenvolvido.
É possível que o isolamento social, determinado durante a pandemia da Covid-19, que fez com que a maioria dos estudantes em todo o mundo precisassem estudar em casa, tenha mostrado o valor da internet como meio de construção do conhecimento, mediante a rapidez na obtenção de informações. A possibilidade do uso da internet, como ferramenta para o aprendizado, sem dúvida facilita também o homeschooling.
Razões para o homeschooling e vantagens:
Existem diferentes razões para o homeschooling, dentre elas:
• a insatisfação com a instituição escola.
• a possibilidade de maior envolvimento dos pais na vida dos filhos.
• a percepção de que uma educação mais individualizada e personalizada poderia desenvolver melhor as aptidões das crianças.
• a crença de que algumas crianças por apresentarem transtornos de atenção, transtornos do neurodesenvolvimento, transtornos emocionais poderão ser mais bem atendidos em casa.
• necessidades especiais e razões de saúde também justificam o homeschooling.
• a proteção contra a violência, o bullying, as pressões sociais
• a não exposição precoce às drogas.
• a possibilidade dada aos jovens atletas, músicos, atores que precisam de treinamentos específicos diários e que não conseguem frequentar a escola.
• uma boa opção para famílias que vivem em áreas mais remotas, distantes das escolas.
• o ganho de mais flexibilidade e liberdade na vida familiar para pais e filhos.
Sem dúvida, as vantagens podem ser elencadas.
Questionamentos e desvantagens do homeschooling
Entretanto, há questões relacionadas ao homeschooling, dentre elas:
• serão os pais eficientes como mestres ou facilitadores do aprendizado?
• conseguirão os pais adequarem os papéis duplos de pais e professores?
• onde conseguir tutores qualificados?
• crianças submetidas a mal tratos na família, como poderão ser ajudadas?
E uma questão de suma importância:
• como se desenvolverá a sociabilidade das crianças?
A escola é um lugar de aprendizagem e de construção do conhecimento, mas também é um lugar privilegiado de desenvolvimento da sociabilidade. Junto aos colegas, a criança adquire as regras do convívio social com mais facilidade que sozinha ou apenas junto aos familiares. Aprende os movimentos ativos de afirmação no ambiente, aprende quando ceder e quando se impor, aprende comportamentos de cooperação e de competição, desenvolve a possibilidade das trocas afetivas. É possível que o homeschooling resulte em habilidades sociais mais pobres e até em isolamento.
A escola traz a diversidade social, étnica e cultural e a criança em homeschooling pode ficar privada do encontro com outras visões do mundo e, assim adquirir uma educação menos abrangente.
Na atualidade, o homeschooling é, em muitos países, uma alternativa aprovada pela lei às escolas públicas e privadas. No Brasil, essa prática não é permitida por uma decisão do Supremo Tribunal Federal, mas existe um Projeto de lei aprovado pela Câmara em 19 de Maio sobre o ensino domiciliar. A matéria ainda precisa ser apreciada pelo Senado e modificada se necessário.
Pela lei, os estudantes do homeschooling passarão por avaliações anuais de aprendizagem realizadas pela escola. Eles participarão dos exames do sistema nacional de avaliação da educação básica e dos exames do sistema estadual ou municipal de avaliação da educação básica. O texto ainda prevê que os estudantes que reprovarem duas vezes seguidas ou três alternadas deverão voltar à escola presencial.
Não é uma prática para todos com certeza, mas pode ser uma opção válida para determinadas crianças. Ou seja, deve ser vista caso a caso, avaliada a condição de cada criança que irá se servir da opção do homeschooling, suas peculiaridades etc. Vai depender da situação de cada uma.
O que importa é que haja a possibilidade desse tipo de educação. A meu ver, essa opção em nada prejudica a educação presencial tradicional, pública ou particular, vigente no nosso País. Não sancionar esse meio de formação é cercear a educação de determinadas crianças que se beneficiariam dela.