Infarto em mulheres: conheça os sintomas mais frequentes   

Sintomas de infarto ou ataque cardíaco em mulheres podem aparecer até um mês antes

Um ataque cardíaco é muitas vezes chamado de “assassino silencioso”, porque não apresenta nenhum sintoma anterior e ocorre sem aviso prévio. Pessoas que estão em risco muitas vezes não sabem que têm uma doença, que é o que a torna tão perigosa. Enquanto muitos acreditam que os ataques cardíacos vêm sem sinais, diversos estudos afirmam o contrário. Os sintomas podem estar presentes até um mês antes do infarto, contudo a maioria não dá importância e não procura ajuda médica.

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Ciência

Várias pesquisas mostraram que o aviso pode vir de forma precoce. Um desses estudos, publicado no jornal Circulation, analisou 515 mulheres que sobreviveram a um ataque cardíaco: 95% do total de participantes disseram que notaram que algo não estava certo no mês anterior ao infarto. Sinais e sintomas experimentados por elas: fadiga incomum, insônia ou sonolência, falta de ar, dificuldade digestiva, ansiedade, coração acelerado (taquicardia), sensação de peso e fraqueza nos braços, alterações na memória, mudança na visão, perda de apetite, formigamento nas mãos e braços, dificuldade de respirar à noite. Algumas mulheres também notaram incômodo no peito, descrevendo-o como pressão ou aperto, não dor.

Infarto: sintomas mais frequentes

Os sintomas prodrômicos (antecedentes ao evento) mais comuns foram fadiga anormal (70,7%), distúrbios do sono (47,8%) e falta de ar (42%). Apenas 29,7% relataram desconforto torácico, sintoma característico nos homens. No momento do infarto agudo do miocárdio os sintomas mais frequentes foram falta de ar (58%), fraqueza (54,8%) e fadiga (43%). Dor torácica aguda, considerada o sintoma clássico, esteve ausente em 43% das mulheres. Qualquer pessoa pode ter um infarto. No entanto, ter pressão alta, obesidade, diabetes, colesterol oxidado, ser fumante ou exagerar no álcool pode aumentar o risco de complicações cardíacas.

Pressão alta – o inimigo silencioso

Pressão alta: a força que o sangue faz para fluir através dos vasos sanguíneos é persistentemente alta

Do coração ao cérebro, a pressão arterial elevada afeta diversos órgãos do corpo. As doenças cardiovasculares são a principal causa de morte em todo o mundo. Entre os maiores fatores de risco está a hipertensão arterial, quando a força que o sangue faz para fluir através dos vasos sanguíneos é persistentemente alta. O sistema cardiocirculatório consiste de coração, artérias, veias, capilares e sangue. A hipertensão impacta o sistema circulatório de forma silenciosa, danificando as artérias, tornando-as menos elásticas, diminuindo o fluxo de sangue e oxigênio através do corpo e forçando os vasos sanguíneos a trabalhar mais para compensar.

Coração e cérebro

Além de danos no coração, a redução do fluxo sanguíneo e oxigênio atinge o cérebro. Um número crescente de pesquisas médicas sugere que a pressão alta aumenta o risco de falhas de memória, alteração da cognição (demência vascular), envelhecimento cerebral precoce, e doença de Alzheimer. Quando há um bloqueio nas artérias do cérebro pela formação de um trombo ou o rompimento de um vaso por excesso de pressão, ocorre o acidente vascular cerebral ou derrame. Assim, uma parte do cérebro fica sem sangue ou oxigênio suficiente e as células começam a morrer, levando a sintomas neurológicos, como dor de cabeça, náusea, distúrbios visuais e convulsão.

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Rins e olhos

A pressão alta não controlada pode afetar os rins, levando ao aumento do órgão, infarto renal, rim policístico e doença renal. A hipertensão também pode danificar os minúsculos vasos sanguíneos que fornecem sangue aos olhos, causando uma retinopatia, com sangramento no olho, visão turva e até perda completa da visão. Aumento da pressão intraocular (glaucoma) pode causar danos no nervo óptico e cegueira. Outra possível consequência da hipertensão é a disfunção erétil nos homens, e a perda de libido e ressecamento vaginal nas mulheres.

Referências

*DCCN 2022. Women’s Prodromal Myocardial Infarction Symptom Perception, Attribution & Care Seeking.
*Circulation 2022. Heart disease and stroke statistics—2022 update: a report from the American Heart Association.
*Journal of Clinical Nursing 2020. A qualitative exploration of prodromal myocardial infarction fatigue experienced by women.
*Circulation 2018. Warning Signs of Impending Acute Cardiac Events.
*Circulation 2018. Sex Differences in the Presentation and Perception of Symptoms Among Young Patients With Myocardial Infarction.
*Heart 2017. Sex differences in prodromal symptoms in acute coronary syndrome in patients aged 55 years or younger.
*StatPearls 2022. Essential Hypertension.
*European Heart Journal 2022. Update on a silent killer: arterial hypertension.
*Journal of Hypertension 2018. A system view & analysis of essential hypertension

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Médica especializada em Nutrologia. Membro da ABRAN – Associação Brasileira de Nutrologia. Pós-graduada em Terapia Ortomolecular, Nutrição Celular e Longevidade – FACIS-IBEHE Faculdade de Ciências da Saúde de São Paulo e Centro de Ensino Superior de Homeopatia. Membro Titular da Sociedade Médica Brasileira de Intradermoterapia. Consultora com atuação em Nutrologia e Medicina Ortomolecular. CRM 52 301716 www.tamaramazaracki.med.br