por Erick Itakura – Psicólogo componente do NPPI
Diversas empresas investem no bem-estar de seus funcionários e procuram agradá-los com o objetivo de poder colher frutos, como por exemplo, o aumento da produtividade.
Algumas dessas empresas investem na introdução de jogos eletrônicos no ambiente de trabalho. A avaliação dessa iniciativa divide-se entre os que acreditam que esse incentivo vai diminuir a produtividade e os que acreditam que o funcionário mais satisfeito, vai trabalhar mais e melhor por estar mais feliz em ter acesso à diversão dos jogos eletrônicos.
Entre os céticos que acreditam que a empresa possa se transformar num 'jardim da infância' e os entusiastas que se espelham nas empresas icônicas de tecnologia, muito deve ser verificado para essa iniciativa ser bem-sucedida.
Com a convergência de tecnologias, o crescente mercado de jogos eletrônicos e a admissão de funcionários jovens, que tem acesso a jogos eletrônicos, mídias sociais e a conectividade móvel; unir esses elementos em um ambiente de trabalho pode ser uma experiência produtiva e bem-sucedida para todos os envolvidos. Porém, para os céticos, não se deve perder o foco no trabalho, pois as empresas correriam o risco de serem tomadas por uma anarquia desenfreada.
Ambas as partes levantam questões que merecem análise antes de qualquer conclusão, e essas duas visões podem contribuir para que se encontre uma posição equilibrada diante dessa possibilidade de atualização no ambiente de trabalho. O foco da empresa nunca deve ser perdido de vista, uma vez que esse ambiente continua tendo como objetivo a produção; mas um pouco de diversão e lazer pode ser adicionado, em medidas que não atrapalhem o rendimento dos funcionários.
Para alguns funcionários mais entusiasmados, as competições propiciadas pelos jogos podem tornar todo esse ambiente mais competitivo e produtivo. Essas competições podem ser estimuladas por meio de diversos jogos corporativos ou jogos eletrônicos. Com a adoção do jogo eletrônico, o funcionário permanece no próprio ambiente de trabalho, podendo ampliar sua percepção do ambiente – antes estritamente corporativo – para vê-lo por um viés mais pessoal.
Além disso, esse tipo de atividade favoreceria e estimularia a sociabilidade dos demais funcionários ao acompanharem as competições.
Ao acompanharmos esse panorama, não somente nas grandes empresas de tecnologia, mas também em outras empresas de diversos setores, podemos verificar que mesmo os funcionários que não participam ativamente de uma competição, acabam participando indiretamente, seja pela torcida ou pela interatividade promovida pelo grupo. O resultado para a empresa: funcionários mais satisfeitos, motivados e produtivos.
Tanto para empresas quanto para os funcionários, refletir sobre os jogos no ambiente de trabalho é abrir uma porta para o crescimento de ambos: para a empresa é pensar na produtividade e para o funcionário é pensar no seu bem-estar no ambiente de trabalho e na sua própria motivação. Para os que possuem acesso a jogos no ambiente de trabalho, uma recomendação: não percam o foco no trabalho e na escolha de bons jogos.