Os “mantras” dominantes na internet são: “Estou alheio ao mundo” e “Não preciso de ninguém”; entenda como essa conexão intensa afeta você, seu mundo, e seu relacionamento com os outros
Praticamente metade dos brasileiros, 48%, usa internet, e 37% deles todos os dias. Os usuários se conectam em média 5 horas por dia durante a semana e 4h24 nos finais de semana. Entre os usuários com ensino superior, 72% acessam a internet todos os dias, enquanto os que estudaram até a 4ª série, apenas 5%. Entre os jovens, 65% se conectam diariamente, mas apenas 4% dos idosos têm este hábito.
Os sites e portais de notícias são ágeis na divulgação de fatos, objetivos nos textos, e atualizados de modo convergente com veículos afins, o que permite a inclusão de vídeos que agregam informações à matéria publicada. Segundo o Wall Street Journal, o Brasil é a “capital da mídia social do Universo”, sendo o maior mercado para o YouTube, fora dos EUA, e um dos cinco maiores faturamentos do site de vídeos.
A rede também serve ao papel de disseminar boatos, confirmados por meio de perfis falsos ou de “likes” e compartilhamentos pagos. Existem sites que geram “posts” questionáveis, onde é possível acrescentar vídeos, imagens ou até o logotipo de um veículo para “induzir” o internauta. Assim, se estimula o compartilhamento espontâneo de assuntos de interesses particulares. É frequente o compartilhamento de crimes ou injustiças sociais, saturando negativamente os internautas sem contribuir para mudanças concretas. Antes de apertar uma tecla, vale refletir sobre o tipo de informação e “energia” que se quer propagar para os amigos e o mundo.
Consequências de ficar muito tempo na internet
A conexão intensiva à Internet tem efeito nocivo e viciante no comportamento humano. Em acréscimo, isola a pessoa em seu próprio mundo, limita os contatos pessoais e em alguns casos, gera problemas musculares, por conta da postura inclinada do pescoço e da coluna. Esse “atordoamento” gerou inclusive uma decisão inédita na cidade alemã de Augsburg, onde foi instalado um sistema de luzes no chão para evitar que as pessoas, distraídas com seus celulares, fossem atropeladas pelo trem.
O cenário indica pessoas cada vez mais carentes de estímulos e informações, enfim de algo que distraia. O grau de esvaziamento interior é tão avançado, que torna explícita a insanidade de alguns. O filme estadunidense “Her” (traduzido por “Ela”) explora a questão da evolução tecnológica e as possíveis consequências da intimidade excessiva com a mesma. Como o personagem central, muitos optaram pela convivência com a tecnologia ao invés de estabelecer vínculos com outro ser humano.
A tecnologia que surgiu para libertar, abriu espaço ao medo ao invés da paz e à angústia ao invés da serenidade. Antigos saberes são esquecidos em função de um “novo”, geralmente vazio de formas e conteúdos.
Mantras da internet
Os “mantras” dominantes nesse universo virtual são “Estou alheio ao mundo” e “Não preciso de ninguém”, principalmente entre os jovens. Pesquisa do Pew Research Center nos Estados Unidos, com 2.000 usuários de smartphone, mostrou que 47% dos jovens adultos, entre 18 e 29 anos, usam o dispositivo para deliberadamente evitar as pessoas ao redor, e que a porcentagem diminui conforme a idade aumenta.
Experimentos recentes em redes sociais confirmam a possibilidade de interferir no estado de espírito das pessoas por meio de um processo de “contágio emocional”. Aqueles menos expostos a “conteúdo emocional positivo” compartilhado por seus amigos, também postam menos mensagens de caráter positivo. Da mesma forma, a menor exposição a “conteúdo emocional negativo”, leva a menor compartilhamento de postagens com essa orientação.
O estudo confirma que “emoções expressas por amigos, via redes sociais, influenciam humores, constituindo evidência experimental de contágio emocional em escala maciça, via redes sociais”. Se gostou dê um like!