por Roberto Goldkorn
Uma empresa que trabalha com células-tronco, do dente de leite e genética, fornece aos clientes um relatório que dá aos pais uma lista de 190 itens de marcadores genéticos de seus filhos que podem ser muito úteis para seu futuro.
Na análise genética estão dados como inclinações para o esporte ou para atividades intelectuais, tendência para dificuldades de metabolização de glicose (e eventual risco de diabetes) e muitos outros indicadores, que quando conhecemos com antecipação, podem nos ajudar a viver mais e melhor.
O trabalho que faço com Numerologia Aplicada (Manual de Funcionamento) também nos dá um mapa do indivíduo e quando ele é ainda bebê, teremos uma antecipação do que poderá vir a ser e, sabendo usar com inteligência, poderemos ter uma vantagem preciosa sobre a ignorância que é melhor conhecida através da frase: "O futuro a Deus pertence".
A Astrologia, embora meu conhecimento seja precário, também fornece um mapa muito confiável (quando bem feito é claro) da trajetória daquela criança recém-nascida.
Ao contrário do que diz a crença popular, acredito que é justamente essa a grande mensagem divina oculta, à espera apenas que o nosso nível de desenvolvimento, descubra nos genes, ou nas letras de nosso nome, os códigos da vida – e os decifrem.
Para mim é essa a verdadeira palavra de Deus. Não se trata de um livro, não se trata de revelações de doutrinas dirigidas a esses ou àqueles escolhidos, mas de um conhecimento que vai sendo descortinado aos poucos na medida da nossa competência evolutiva e capacidade de compreensão.
Um amigo estava me falando de seu filho nascido no dia 16. Eu o interrompi e comecei a lhe dizer algumas das características que ele já deveria estar manifestando aos 3 anos. Ele ficou de queixo caído. Como eu poderia conhecer seu filho tão bem? Linguagem divina!
Os mapas da vida estão espalhados pelo corpo e agregados ao indivíduo (no caso do nome e data de nascimento) apenas esperando serem decodificados e assim reduzir a nossa ignorância sobre nosso destino. O mesmo acontece com o planeta e com o universo. Embora os melhores cérebros do mundo concordem que por mais evoluídos que sejamos, nunca saberemos de TUDO, estamos aprendendo, estamos juntando as pistas dispersas que Deus deixou de sua criação, e começamos a imitá-Lo fazendo algo que é bem divino: dar sentido!
Estamos juntando lé com cré e entendendo por que Ele fez isso ou aquilo. Aos poucos o sentido emerge do conhecimento e vamos nos maravilhando com esse planejamento minucioso que resultou naquilo a que chamamos de universo.
Costumava criticar Deus porque havia coisas na criação que eu considerava absolutamente sem sentido: a barata por exemplo. Perguntava debochado: para que Deus criou a barata? Qual a serventia desse ser repugnante que só serve com vetor de doenças e para tocar o terror nas mulheres? Até que conheci o trabalho de dois jovens biólogos que descobriram no intestino das baratas uma poderosa enzima capaz de "comer" grandes quantidades de lixo. Será que Deus planejou isso também? Se não foi Deus quem ou o que foi? A natureza dirão os mais céticos. Mas você põe a Natureza de um lado e Deus de outro? Eu não.
A teoria da evolução, quando a estudamos mais detalhadamente, não pode responder pelo planejamento inteligente à espera que a mente humana (muitas vezes com ajudinhas especiais) descubra aplicações desses mapas ocultos. A evolução das espécies é apenas um dado, mas a descoberta, uso e cruzamento dessas informações para nos apoderarmos cada vez mais de nosso destino, é outra coisa completamente diferente.
A evolução criou as células-tronco, mas por trás disso estava a mão de Deus e seus ministros do planejamento programando para um dia descobrirmos que essas células tronco podem ser retiradas, expandidas, e congeladas, para mais tarde serem usadas como fonte de vida e regeneração para órgãos e tecidos cansados de guerra.
Querem mais uma prova da mão de Deus por trás desses marcadores e sua decodificação? O ecletismo dos mapas da vida. Não estão só nas mãos de cientistas de jalecos brancos, nem nas mãos de místicos, nem apenas diante dos olhos dos estudiosos com óculos de fundo de garrafa. Estão por toda parte, disponíveis às várias instâncias do conhecimento humano, espalhados como peças de um grande brinquedo que uma criança desmontou contando que alguém aos poucos as fosse achando e re-montando não só como era antes, mas com um toque criativo a mais.
Na mitologia egípcia existe um relato de que o deus Set que morria de inveja de seu irmão adorado Osíris, o matou, desmembrou seu corpo em vários pedaços e espalhou pelo mundo. Isis, sua irmã e esposa, saiu peregrinando até encontrar quase todos os pedaços de Osíris para então poder juntá-los e trazê-los à vida para que tivesse um filho com ele – Hórus, o Vingador.
Existem diferentes relatos mitológicos onde um deus espalha partes do corpo de outro deus e alguém que o amava muito sai pelo mundo catando e juntando os pedaços. Como sempre vai ficar faltando um pedaço que o próprio buscador terá de se virar para recriá-lo, numa antecipação incrível da criação de biomateriais.
Porém, o mais surpreendente desses mitos é a sua alegoria futurista: os pedaços de deus estão espalhados pelo mundo, precisamos buscá-los e montá-los de forma a restituir-lhes o sentido (agora renovado pela nossa busca e esforço). Esse deus remontado não é igual ao anterior, é melhor, renovado, e um passo à frente na evolução.
Seja através da Numerologia, seja com o avanço da genética vamos descobrindo esses conhecimentos divinos que só estavam ocultos da nossa ignorância. Descobrir e revelar essas verdades sobre nós mesmos e o universo que habitamos é na minha opinião o verdadeiro trabalho de Deus.