por Roberto Santos
"Após treze anos numa empresa, atuando na área financeira e perto dos 40 anos, fiquei assustada com minha impaciência em sair de um emprego e já iniciar em outro. Senti que não poderia perder tempo devido à idade. Meu preparo me deixa muito segura, mas fico apreensiva com o mercado competitivo. Não quero me precipitar. Qual momento em um processo de seleção tenho que manter a paciência e sabedoria entre escolher uma empresa ou outra? Qual a maneira mais segura ou mais sensata de escolher a empresa que deverei somar e crescer profissionalmente?"
Resposta: As escolhas de carreira que fazemos devem ser baseadas:
(1) Na bagagem que já acumulamos no passado com nossa formação acadêmica, experiências profissionais e outras pessoais relevantes;
(2) Como nos sentimos no presente: nosso momento de vida pessoal, o que necessitamos, o que nos traz satisfação e realização, o que temos aversão e nos faz mal, quais são nossos principais pontos fortes e quais são as habilidades que precisamos desenvolver
(3) O que queremos para nosso futuro, meta de carreira a longo prazo, que pode incluir objetivos financeiros, de status, de aprendizagem, etc. O que fizemos no passado pode abrir mais ou menos portas, mas não podemos refazer a bagagem da noite para o dia, mas devemos fazer um plano de ação para reforçar a bagagem seja com mudanças de hábitos, de atitudes e comportamentos como a precipitação que você mencionou, ou com cursos, leituras que trarão novos conhecimentos e habilidades.
O futuro deve ser o norte que define para onde queremos ir, mas não conseguimos prevê-lo como gostaríamos. Mas mesmo sem a possibilidade de predizê-lo, visualizar o que queremos e definir as rotas e bagagens para esta jornada é imprescindível. Caso contrário, se não sabemos para onde queremos ir, então qualquer estrada serve, certo?
O presente é onde podemos fazer (quase) tudo o que queremos, considerando o que trazemos do passado e o que queremos para o futuro. Quando participamos de um processo de seleção, os dias que antecedem a entrevista devem servir para pesquisar a empresa – saber o que faz e como é trabalhar lá – para poder fazer perguntas que ajudarão na escolha posterior.
No dia e na hora da entrevista é o presente em que devemos sermos o que somos, e apresentarmo-nos da maneira mais autêntica e que condiza com a bagagem que temos. Algo diferente, como situar-se no passado ou no futuro quando está numa entrevista no presente, apenas ampliará o senso de perplexidade e insegurança, porque nos sentimos divididos.
A maneira mais sensata e segura de escolher a empresa é estar inteira na situação da entrevista para se apresentar e para saber mais da empresa.