Por Miriam Rodrigues
Um dos perigos do "namoro" na infância é o seu encurtamento. Isso acontece quando se leva ao universo infantil um conteúdo (o namoro) que pertence ao universo do adolescente e do adulto.
A brincadeira e a ludicidade pertencem ao universo infantil – ali, os limites ainda não são claros entre mundo externo e interno. Ambos os mundos estão fundidos e isso é absolutamente comum e saudável.
Fatores de proteção
Devemos promover fatores de proteção, incentivando que crianças sejam apenas crianças, brincando em seus universos, e evitar fatores de risco. Assim, estimular que a criança “namore” é um fator de risco e a vivência plena da infância funciona como um fator de proteção. Há, também, o empobrecimento do vocabulário emocional da criança.
Ao incentivar o “namoro”, o adulto deixa de ensinar sentimentos e emoções para a criança, tais como: fraternidade, irmandade, afinidade, solidariedade e compaixão.
É fundamental que a criança entenda que há vários tipos de amor, sendo um dos mais bonitos a amizade. Esses amores são importantes tanto na infância quanto na vida adulta!
Cito no meu livro infantil "Vavá e Popó descobrem as famílias das emoções", que na família do amor estão a solidariedade, ternura, respeito, benevolência, afeição, gratidão e outras mais.
Abaixo, o fator de risco:
– Ele brinca com você no recreio porque quer te namorar.
– Ela gosta de figurinhas só por que está a fim de você.
A seguir, o fator de proteção:
– Eu sou muito grata por você brincar comigo no recreio.
– Você gosta de figurinhas assim como eu! Temos afinidades.
É nosso dever proteger a infância e promover a educação emocional.
É por isso que criança não namora, nem de brincadeirinha.