Minha filha está com graves problemas de autoestima. O que fazer?

por Anette Lewin

Depoimento de uma leitora

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“Olá boa noite. Gostaria de uma orientação, pois minha filha adolescente de 13 anos diz o tempo todo que não se ama, que não se gosta, que se sente feia etc. Como posso ajudá-la a passar por este momento? Tenho medo, pois ela segue um site de adolescentes suicidas, que se cortam etc.”
    
Resposta: Existem situações em que um acompanhamento profissional é, não só indicado, como necessário. Talvez seja o caso de sua filha.

Problemas de autoestima são comuns na adolescência. E usar a aparência física como referencia de valor, mais comum ainda. O que se configura como problema sério é o grau de sugestionabilidade que o adolescente apresenta.

Nem sempre o adolescente com autoestima baixa é sugestionável. É importante que você avalie se sua filha é facilmente influenciável por sugestões bizarras, como as dos sites que você menciona, ou se está entrando por pura curiosidade.

Avalie se sua filha, apesar de se achar feia, tem opinião formada sobre as coisas, se gosta pelo menos da sua cabeça, apesar de não gostar do seu físico.
Se concluir que sua filha é altamente sugestionável e não consegue encontrar nenhum ponto positivo nela mesma, o melhor é procurar uma terapia o mais breve possível.
Se, porem, concluir que sua filha é apenas uma adolescente que está tentando se encontrar, se entender, se aceitar, vale conversar com ela nos momentos em que ela esteja aberta para essas conversas.

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Tente ressaltar o que você vê de bom nela e conte um pouco sobre você mesma. Você já foi adolescente e provavelmente já teve seus momentos de insegurança. Divida com ela o que sentiu e como superou essa fase. É importante para o adolescente perceber que ele não é o único que se sente assim. E, certamente, a solução que você, mãe, encontrou para superar essa fase é melhor do que ficar se cortando, não é?

Baixa autoestima e depressão

Comportamentos que sinalizam baixa autoestima e tendências à automutilação também podem estar associados à depressão. Se existem pessoas depressivas em sua família, vale a pena uma consulta a um psiquiatra que possa fazer um diagnóstico preciso e medicar, se for necessário.

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Uma das características da depressão é um pessimismo exagerado com relação ao futuro ou a qualquer atitude que a pessoa pense em tomar. Ela se vê como incapaz, feia, pior do que os outros, ou seja, mais ou menos o que sua filha diz sentir sobre si própria. Assim, vale a pena a opinião de um especialista que possa, se for o caso, aliviar essa sensação tão desconfortável através de uma medicação adequada.

Lembre-se que qualquer que seja sua conclusão sobre os pontos aqui levantados, o importante, como mãe, é a sua presença constante. Seja para dar apoio, para dar uma bronca quando necessário, para colocar limites, para conversar sobre as coisas sérias da vida ou sobre amenidades.

Nada como uma mãe presente para diminuir muito o risco de filhos problemáticos. Assim, continue sempre apoiando e demonstrando seu interesse em conhecer a filha que tem.

Mesmo que não consiga entender direito o que se passa na cabeça dela, tente transmitir a sensação que ela tem com quem contar quando precisar. É o melhor que você pode fazer no momento. E pedir ajuda aos especialistas quando se sentir perdida. Afinal, quem cuida também precisa ser cuidado e orientado.

Atenção!
Este texto não substitui uma consulta ou acompanhamento de um psicólogo ou médico psiquiatra e não se caracteriza como sendo um atendimento.