Meu namorado (a) tem filhos pequenos: o que faço?

Se seu namorado(a) tem filhos pequenos, você estaria emocionalmente maduro (a) para assumir uma paternidade ou maternidade por tabela?

Resposta: Casamentos que duram “para sempre” são cada vez mais raros nos dias atuais. Casamento não é mais uma imposição e pode sim ser desfeito muitas e muitas vezes.

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Isso acaba gerando novos encontros amorosos que, muitas vezes, não se resumem a dois pombinhos apaixonados. Sim, porque, em geral, relacionamentos produzem frutos que, por muito tempo ficarão sob a responsabilidade dos “ex-pombinhos” e, portanto, farão parte da vida do novo casal que se forma.

Muitas vezes, nesses novos vínculos, um tem filhos de um casamento anterior e o outro não. E aquele que ainda não gerou novos futuros pombinhos acaba tendo que aprender a maternidade ou a paternidade por tabela. Como lidar com essa situação?

Início do relacionamento: namorado(a) com filhos

Bem, talvez no início do relacionamento, na fase da paixão ardente nada é empecilho. A boa vontade impera, as crianças são uma gracinha, vale tudo para conquistar o novo amor. Mas quando a relação avança e o parceiro que ainda não tem filhos começa a entender que vai ter que dividir atenção, afeto, tempo, lazer e diversão com esses pequenos seres, outrora tão inocentes e inofensivos, bem… aí a coisa muda. E quando o ex ou a ex entra no jogo… mais complicações à vista.

Mesmo os casais mais maduros emocionalmente acabam passando por períodos difíceis para se adaptar aos filhos do outro. Quando esses filhos são bem pequenos, existe até um apego mais fácil, e a pessoa acaba “adotando” aquele bebê de forma mais carinhosa. Mas quando a criança cresce e começa a ter suas exigências particulares, acaba sendo “devolvida” ao progenitor real com a célebre frase: “toma que o filho é seu”.

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Meu namorado tem filhos: isso pode inviabilizar a relação?

Em geral, esses atritos não são capazes de destruir uma relação amorosa. Afinal, mesmo quando não existem filhos de um casamento anterior, sempre existe uma família de origem que provocará as colocações ditas “morais” que acabam sendo o estopim das discussões. “É meu filho, tenho que amparar” ou “é minha mãe, não posso abandonar”. Isso acaba produzindo o mesmo efeito se o casal não estiver muito bem resolvido. E em geral, no que diz respeito à competição por atenção, poucos amadureceram o suficiente para evitar disputas.

Namorado com filhos: como lidar?

Como lidar com essa situação? Bem, a primeira verdade a ser encarada é que os papéis, nessas novas famílias, têm que ser muito bem definidos. Quem resolve a vida dos filhos são a mãe e o pai da criança. O enteado ou a enteada deve saber se posicionar com o distanciamento necessário para não prejudicar o novo relacionamento e, consequentemente, a cabeça das crianças. Isto é, deve manter uma neutralidade com relação a resoluções relativas aos pequenos, mesmo quando o vínculo com eles é bom. Então, deve evitar jogos de poder com o ex ou a ex e deve usar toda a sua sensibilidade para evitar usar as crianças como meios de manipular o parceiro ou colocá-lo em situação de conflito.

Maternidade e paternidade

Maternidade e paternidade são papéis que se aprendem na prática

Assim, o fato de não ter gerado filhos ainda não incapacita ninguém de exercitar um bom relacionamento com uma criança. Em geral, quanto mais evoluída e madura é a relação entre um casal, mais fácil lidar com enteados, famílias de origem ou amigos.

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Saber dividir atenção e exercitar a autossuficiência são atitudes que devem ser desenvolvidas por quem quer se relacionar bem no amor ou na vida.

Finalmente, é importante lembrar que namoros e casamentos são sempre opcionais e ninguém tem uma única opção na vida.

Assim, antes de se relacionar com alguém que já formou uma família anteriormente, é importante avaliar a disponibilidade afetiva para encarar essa situação.

Existem pessoas que não querem ter filhos, outras que não se dão bem com crianças. Nesses casos enfrentar uma parceria que, por princípio, já traz um desconforto, é questionável. E para os que pretendem um relacionamento profundo e, de algum modo duradouro, é importante saber fazer escolhas que sejam entendidas e avaliadas em todos os seus aspectos. Afinal, filhos não são descartáveis; mas, relacionamentos amorosos, podem ser.

Atenção!
Esta resposta (texto) não substitui uma consulta ou acompanhamento de uma psicóloga e não se caracteriza como sendo um atendimento.

É psicóloga graduada pela PUC/SP. É psicoterapeuta de adultos e adolescentes em consultório particular desde 1975 até a presente data. É coach em saúde mental. Vya Estelar quer colocar você, querido leitor(a), ainda mais pertinho de nós. A psicóloga Anette Lewin responderá perguntas enviadas por você sobre relacionamento amoroso, conflitos na vida a dois e conjugal. Esta resposta possui dois formatos: 1º formato: responder as perguntas enviadas por você; 2º) formato: extrair uma palavra em específico de uma pergunta que você enviou (ex: traição). E partir desta palavra, revelar o significado do que sentimos ao nos relacionar. Seu nome e e-mail serão preservados.