Por Samanta Obadia
Passamos horas do nosso dia nos locomovendo de um lado a outro. Muitas vezes nos transportes públicos, outras tantas em nossos veículos particulares. E o que isso fala sobre nós? Bastante.
Percebemos no contato e na solidão, as escolhas que fazemos. Podemos estar no meio da multidão trocando olhares, julgadores ou não; como podemos nos isolar em nossos livros e celulares.
Nos carros, podemos nos conectar com os sons internos ou externos.
Com as janelas fechadas, isolamos o barulho dos outros e desfrutamos da ilusória segurança, na fria companhia do viciado ar-condicionado. Em outros momentos, sufocados, abrimos as janelas para respirar, fugindo do pânico interno que nos aprisiona a correria de nossas vidas.
O tempo nas grandes cidades parece se deslocar rápido demais. Não estamos vendo o dia nascer, nem o sol se por. Deparamo-nos com alarmes e alertas das tarefas que devemos cumprir, enquanto nossos olhos entristecem e nossos sorrisos se escondem.
Precisamos resgatar o tempo interno das sensações mais primitivas, o de respirar com calma, o de olhar o outro nos olhos, o de sorrir lentamente e o de afagar as mãos.
Contemplando meu neto João Pedro, em seus três meses de vida fora do útero materno, eu recupero o ritmo saudável do tempo, que passa simplesmente por passar.
Busque no seu cotidiano algo genuíno que te conecte a um ritmo saudável do tempo para que você não seja engolido por Cronos! (o qual na mitologia grega era o rei dos titãs e deus do tempo).