Por Eduardo Ferreira Santos
Depoimento de uma leitora:
“Olá Dr. Eduardo, faz oito meses que tive um surto – era o que estava escrito no meu prontuário – devido a um grande impacto emocional. Desde lá, eu não consigo relaxar; durmo cinco ou menos horas diariamente, faço mil coisas pra cansar minha mente e meu corpo, mas não consigo relaxar nunca. Já frequentei psicólogos, mas detesto ficar falando de mim. Eu sou normal? Eu só queria ter uma vida normal, ficar cansada, desligar a mente e dormir ao menos seis horas diárias. Eu vivo tensa, porém eu disfarço bastante, não quero ninguém preocupado comigo. Sou extremamente ansiosa, nunca deixo nada pra fazer daqui a cinco minutos. Desde que eu me entendo por gente (desde criança), tenho uma dificuldade tremenda para dormir, não tenho nem TV no quarto. Mas… eu tô sentindo que possa ter algum problema mental mais sério, sei lá. Me ajude por favor.”
Resposta: Bem … de qualquer forma, o que está acontecendo com você não dá pra considerar que é NORMAL!
Talvez um Transtorno de Ansiedade Generalizada explique o que está acontecendo com você.
Como já respondi a uma outra leitora nesta coluna, o Transtorno de Ansiedade Generalizada (TAG), como é definido pela Associação Americana de Psiquiatria, é um quadro crônico que, quando habitual, pode ser considerado um traço de personalidade.
No entanto, quando há um "gatilho", uma situação maior de estresse, esse quadro pode sim se manifestar de forma mais evidente; seja por sintomas psicológicos de aflição, medo ou expectativa catastrófica exagerada e até por sintomas físicos como palpitações, dores abdominais e dor de cabeça.
Intolerância e irritabilidade
Esses sintomas, sem dúvida nenhuma, interferem no amplo aspecto da vida da pessoa, pois, além do mal-estar que gera, geralmente é acompanhado de intolerância e irritabilidade que, por sua vez, interferem nas relações individuais, sejam familiares, sejam no trabalho ou nas amizades.
Neste caso, apenas uma psicoterapia talvez não resolva seu problema e, portanto, sugiro que você procure um psiquiatra com formação em psicoterapia para que ele possa avaliar com precisão este seu quadro.
Atenção!
Este texto não substitui uma consulta ou acompanhamento de um médico psiquiatra e não se caracteriza como sendo um atendimento.