por Thaís Petroff
Uma das estratégias da TCC é fazer com que o paciente aprenda a identificar seus pensamentos negativos automáticos e passar a desafiá-los, buscando pensamentos alternativos mais funcionais, ou seja, mais adequados às situações ou positivos.
O que pensamos influencia o que sentimos e consequentemente nossos comportamentos. Desse modo ter pensamentos mais adequados às situações traz como consequência emoções e ações mais eficazes.
Como isso acontece na prática?
Dois passos para ter pensamentos positivos:
1º passo
Quando procuramos perceber uma situação de outra maneira, além da automática que nos vem primeiro à cabeça, expandimos nosso modo de explicar aquela situação ou a causa dela. Aumentar as possibilidades das causas ou resultados daquele evento sobre o qual pensamos, tem como repercussão ampliar nosso foco de visão, fazendo com que nossa percepção enxergue além do pensamento negativo.
Quando fazemos isso, além de perceber que há outras explicações plausíveis para a situação, também passamos a “depositar nossas fichas” não só mais em uma única possibilidade, mas as dividimos em diversas. A consequência disso é: mesmo que ainda acredite naquele primeiro pensamento automático negativo, no qual acreditava 100% antes, agora, simplesmente pelo fato de ter outras explicações e dividir a atenção com elas, pode se passar a acreditar nele, por exemplo, 60%.
Desse modo, só o fato de ampliar o leque de alternativas, já podemos ter uma diminuição na credibilidade do pensamento negativo resultando em uma intensidade menor da emoção negativa que resulta desse pensamento. É por isso que nos atendimentos não pedimos ao paciente que deixe de acreditar naquele pensamento automático negativo, mas sim que amplie seu foco de visão. Lutar contra o pensamento automático seria muito cansativo e muitas vezes inútil.
2º passo
O próximo passo é averiguar o quanto cada uma dessas explicações é realista. Isso geralmente mostra à pessoa que há outras explicações mais realistas do que o pensamento automático. Outro recurso utilizado também é o de refletir como é possível testar sua validade ou veracidade. Esse recurso pode resultar em alguma ação prática, que auxilia a desafiar o pensamento automático negativo bem como a reforçar outras explicações – suas justificativas para uma determinada situação.
É importante dizer que mesmo com essas técnicas, em alguns momentos o pensamento automático negativo será percebido como real. Ou seja, ele não é uma distorção da realidade ou ainda é a explicação mais realista possível. Diante disso, o recurso utilizado é a estratégia de resolução de problemas, já abordado em texto anterior (veja aqui).