No papel de mulher, como me relacionar com os homens?

Qual deveria ser o comportamento mais adequado de homens e mulheres? E qual é o presente mais importante que um homem pode oferecer a uma mulher e vice-versa?

E-mail enviado por uma leitora:

“Toda essa questão do feminismo me faz me sentir meio perdida no papel da mulher na relação amorosa, pois vejo muito exacerbada questões como, sexismo (ou vivemos uma guerra dos sexos?); misoginia; todo homem parece ser um ogro ou um abusador em potencial… Como ficam questões simples sobre quem paga a conta, gentilezas como abrir a porta do carro…? Como lidar de forma saudável com um paquera ou namorado diante disso tudo? Você pode me ajudar? Muito obrigada!”

Resposta: Você aborda questões bastante interessantes sobre relacionamento amoroso!

Muitas vezes a mídia, com a intenção de relatar violências contra as mulheres, que existem e são reais, acaba demonizando os homens. Que nem sempre são abusadores. Nem sempre são ogros. Nem sempre são misóginos. Homens e mulheres podem ter pensamentos e comportamentos antagônicos, nem sempre se entendem e o convívio nem sempre é fácil. É preciso, assim, separar o joio do trigo e lançar um olhar mais analítico sobre o que leva à violência, de homens contra mulheres, e, por que não, de mulheres contra homens.

Homens e mulheres agridem de forma diferente. A violência física é, e deve ser considerada, criminosa. Mas violência verbal, apesar de ferir tanto quanto, só recentemente entrou para o rol de “assédio moral”. Esse tipo de violência é bastante usado pelas mulheres, mais treinadas para falar do que para bater. Mas não é levada tão a sério. Muitas vezes o homem bate porque foi provocado verbalmente. E muitas vezes a mulher provoca para que ele perca a razão, acabe batendo e ela se saindo de vítima.

Não dá para generalizar, mas é preciso refletir. Violência gratuita existe, mas não está em cada esquina. Em geral, manifesta-se mais mediante o uso de substâncias que alteram o estado de consciência. Assim, quando se chega ao nível da agressão física, em geral, a provocação vem de ambos os lados. Ninguém é só mocinho ou só bandido. Vamos combinar.

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Comportamento adequado de homens e mulheres

Sobre como deve ser o comportamento de homens e mulheres para não gerar desconfortos, mal-entendidos e até violência no que diz respeito a uma “ ética” dos dias atuais, podemos dizer que, em geral, gentileza gera gentileza. Não é mais mandatório homens pagarem contas para as mulheres nos encontros. O mais lógico é que cada um pague sua parte. O que não quer dizer que, de vez em quando, ou um ou outro não possam ser gentis e patrocinar um café, um sorvete ou um jantar. Tudo combinado antes, certamente.

Mas para não haver frustração, é melhor que mulheres não criem expectativas de comportamentos masculinos que eram comuns no século passado. Não é por que um homem não abre a porta do carro ou não puxa a cadeira para a mulher sentar que ele deve ser “mal avaliado”. Gentileza nos dias de hoje está mais ligada a sensibilidade, empatia e consideração do que a antigos costumes usados para conquistar. Tudo mudou. Hoje mulheres e homens trabalham, são independentes e as pequenas gentilezas devem ser repensadas e partir de ambos.

Certamente as mulheres lutaram e conseguiram conquistar um espaço maior do que ocupavam antes. Mas é preciso evitar que essa conquista se transforme numa guerra com mocinhos e vilões. Lutar por direitos iguais sempre é válido, mas transformar essa luta em uma eterna provocação só fará com que as relações humanas se deteriorem cada vez mais.

O presente mais importante que um homem pode oferecer a uma mulher e vice-versa

É importante que homens e mulheres se respeitem para que as relações humanas não se deteriorem cada vez mais; é importante que se respeite as diferenças para que o bom senso reine; é importante que a empatia dite as regras de bom convívio entre os sexos e que se entenda que o respeito é a maior gentileza que um homem pode oferecer a uma mulher. E uma mulher pode oferecer a um homem. Presentes, contas pagas ou flores são apenas detalhes.

É psicóloga graduada pela PUC/SP. É psicoterapeuta de adultos e adolescentes em consultório particular desde 1975 até a presente data. É coach em saúde mental. Vya Estelar quer colocar você, querido leitor(a), ainda mais pertinho de nós. A psicóloga Anette Lewin responderá perguntas enviadas por você sobre relacionamento amoroso, conflitos na vida a dois e conjugal. Esta resposta possui dois formatos: 1º formato: responder as perguntas enviadas por você; 2º) formato: extrair uma palavra em específico de uma pergunta que você enviou (ex: traição). E partir desta palavra, revelar o significado do que sentimos ao nos relacionar. Seu nome e e-mail serão preservados.

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