por Alex Botsaris
O grande avanço tecnológico na área de produtos naturais vem introduzindo novos alimentos e medicamentos à base de extratos vegetais no mercado mundial. Entre eles vale citar os novos produtos que ajudam a emagrecer, promessas para o controle de um dos problemas mais sérios nos países desenvolvidos: o excesso de peso.
Infelizmente nem todos estão disponíveis no Brasil, pois há uma maior exigência da Anvisa apara autorizar a comercialização desses produtos por aqui.
Uma das novidades mais promissoras é um fruto chamado irvingia, ou manga selvagem africana (Irvingia gabonensis), obtido de uma árvore que cresce na África central. Esse fruto tem sido utilizado na alimentação e como produto medicinal há vários séculos, e seu efeito em reduzir o peso corporal era conhecido das populações locais. Um programa da Organização Mundial da Saúde financiou estudos para validar seu emprego medicinal. Num estudo clínico, com 10 semanas de duração, em 120 pessoas, os pacientes que ingeriram o extrato de irvingia perderam uma média de 7 kg contra 0,5 Kg do grupo placebo.
Ainda não está completamente esclarecido como a irvingia atua, mas se sabe que sua atuação é principalmente no metabolismo das gorduras. Os pacientes que ingeriram o fruto africano tiveram reduções muito significativas do colesterol e dos trigilicerídeos no sangue, além de uma diminuição importante do percentual de gordura, mesmo sem uma redução significativa da ingestão calórica.
Outro extrato natural que está sendo comercializado nos Estados Unidos é o de um cactus chamado Hoodia gordoni. Ele já era bem conhecido há muito tempo pelas populações do deserto do Kalahari, que comiam esse cactus para suportar a fome e a sede enquanto atravessavam lugares sem água e alimentos. Os estudos científicos isolaram substâncias conhecidas como “glicosídios pregnânicos” que possuem uma capacidade de inibir a fome cem vezes superior à da glicose, a nível do hipotálamo, no cérebro.
Substâncias muito parecidas foram encontradas também num cactus da Ásia, Caralluma fimbriata. Da mesma forma como a Hoodia, os compostos isolados da caralluma se mostraram potentes inibidores do apetite em estudos farmacológicos.
Na etnofarmacologia foi constatado que algumas tribos indianas faziam uso tradicional do cactus como um supressor do apetite. Num estudo clínico, o uso de 1 grama de extrato do cactus ao dia causou redução significativa do peso e a cicunferência toráxica, em relação ao placebo.
Esses novos ativos possibilitam uma melhora significativa da eficiência de tratamentos à base de extratos naturais para redução de peso e obesidade. Numa época onde a principal droga convencional para reduzir o apetite, a sibutramina, está cada vez mais condenada, com suspeita de provocar hipertensão e problemas cardíacos, há um luz para os pacientes que desejam tratamentos mais suaves e seguros.