por Patricia Gebrim
Até quando vamos continuar esperando pelo “salvador da pátria” ???
Preste atenção e você vai perceber o que quero dizer.
Em nossa imaturidade, como crianças, vivemos esperando. Esperando por um amor que faça a vida valer a pena, pelo emprego que nos dê satisfação, pelo dinheiro que nos eleve acima das preocupações mundanas. Vivemos esperando que o mundo ao nosso redor mude para que finalmente possamos desfilar nossas maravilhosas qualidades no tapete vermelho da vida. Vivemos esperando o melhor momento para trazer à tona o que temos de mais belo e essencial. E enquanto isso não acontece, continuamos nos bastidores, ensaiando solitariamente nossas falas de alegria e liberdade.
Como se não bastasse, quando o que esperamos não vem, culpamos aos outros, à vida, ao mundo, e até mesmo a Deus! Assim, nos ausentamos de qualquer responsabilidade por nossos dias cinzentos e tediosos. Muitas vezes, talvez para fugir um pouco do tédio infernal dessa espera infinita, nos revoltamos, como se a vida estivesse agindo secretamente contra nós, nos privando daquilo que mais queremos, frustrando nossos sonhos, nos abandonando em meio ao caos e à confusão.
Acredite… Se você anda se sentindo infeliz, a vida não é culpada por sua infelicidade. Nem os seus parceiros amorosos (ou a ausência deles) , nem os seus chefes, pais, professores, amigos. Tampouco surgirá, envolto em uma neblina dourada, um ser mágico capaz de livrá-lo de tudo o que o vem incomodando.
É preciso que você aceite essa verdade para que novos caminhos se tornem visíveis a você. Não que você precise encontrá-los, pois eles já existem e estão abertos para você neste exato momento, como sempre estiveram e sempre estarão.
Tudo o que você precisa para ser feliz já existe em sua vida neste exato momento, mesmo que você ainda esteja por demais cego para enxergar.
Mesmo que pareça não ser assim, mesmo que você esteja se sentindo em um beco sem saída, mesmo que você esteja aflito por achar que se encontra lidando com algo que não tenha solução… bem no meio dessa aflição existe um caminho que o conduz em direção à paz.
Logo, o primeiro passo para encontrar a solução de um problema é aceitar a aflição, aceitar o que quer que você esteja sentindo. Aceitar o medo, a dor, o caos, a confusão. Aceitar e compreender que, de alguma maneira, foi algo “em você” que acabou colocando você nessa situação.
Isso é maturidade! Parar de responsabilizar aos outros e reconhecer que você caminhou, com suas próprias pernas, para dentro desse conflito. Se você for capaz de reconhecer isso, ao mesmo tempo perceberá que, com essas mesmas pernas, você poderá caminhar para um outro lugar.
Novamente de posse de suas pernas, é importante que você se aposse também de seus olhos e ouvidos. Que expanda a sua percepção do que acontece, que queira enxergar a verdade, mesmo se essa verdade lhe mostrar coisas difíceis a seu próprio respeito. Abra os olhos, queira ver, abandone as ilusões que vem mantendo você aprisionado. Abra os ouvidos para ouvir aquela voz dentro de você que fala de mudança, de caminhos diferentes, de novas possibilidades, de transformações. Ouça a sabedoria que sussurra suavemente em seus ouvidos e aprenda a honrá-la.
Pare de buscar no mundo externo as saídas que só podem ser encontradas através de um encontro profundo e transformador com o seu próprio Eu. Nós não somos vítimas. Sendo assim, não existem salvadores, a não ser aqueles que podem ser encontrados dentro de cada um de nós.
Perceber isso é crescer.